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Smartphones baratos chegam para brigar de frente com celulares básicos

Ana Ikeda

Do UOL, em Barcelona (Espanha)*

27/02/2014 11h23Atualizada em 28/02/2014 10h51

O preço baixo, apresentado como uma das principais vantagens dos celulares básicos, pode deixar de ser um diferencial na hora da compra. Lançamentos apresentados no evento de tecnologias móveis MWC 2014 indicam uma nova geração de smartphones, que custam até 110 euros (cerca de R$ 353) e devem brigar de frente com os basicões no quesito preço. Assim como o valor, os recursos desses telefones inteligentes também são reduzidos, se comparados aos de smartphones mais tradicionais.

Nos testes, os aparelhos se saíram bem para rodar aplicativos simples e executar tarefas básicas. Mas não foi possível verificar o desempenho dessas alternativas básicas ao navegar na internet, pois nenhum deles estava conectado à rede.

Veja o celular de US$ 25 com sistema Firefox em ação

Por enquanto, o modelo que promete menor preço é um smartphone desenvolvido pela Mozilla, com o sistema operacional Firefox OS – o valor anunciado foi de US$ 25 (cerca de R$ 59). Mas a  novidade ainda não está disponível no mercado nem tem data de lançamento: a companhia apresentou na feira em Barcelona (Espanha) apenas um protótipo, que podia ser testado em ambiente controlado.

Com chipset SC6821 (sem especificações divulgadas), a prova de conceito abriu e rodou aplicativos sem engasgos, assim como aconteceu na rolagem da tela. Ao assistir a um vídeo também não houve paradas – o arquivo estava armazenado no aparelho, pois a falta de conexão na feira não permitia streaming. 

A principal diferença do celular para outros com Firefox OS é o hardware menos potente: ele tem apenas 128 MB de memória RAM (ante 256 MB e 512 MB dos demais). Por essa razão, a Mozilla fez adaptações no sistema móvel da versão 1.3, tentando deixá-lo mais leve. O aparelho também tem tela de 3,5", câmera limitada de 2 megapixels e oferece apenas conexão Wi-Fi.

O smartphone de US$ 25 pode até ficar para trás em funções multitarefas, mas a lentidão não foi percebida durante o acesso dedicado aos aplicativos. Um dos pontos negativos é a câmera traseira de apenas 2 megapixels.

  • Ana Ikeda/UOL

    Asha 230 tem tela sensível ao toque de 2,8 polegadas, câmera de 1,3 megapixel, tocador digital, rádio FM e versão com dois chips. Sua conexão é 2G e ele roda aplicativos básicos

Asha 320
Em seguida, vem a Nokia com seu Asha 320, criado para acesso à rede 2G e preço de 45 euros (cerca de R$ 145). Pode-se questionar sua classificação como smartphone, por causa desse acesso limitado (sem 3G ou 4G), mas ele vai além do que oferecem os chamados feature phones.

O Asha 320 dispõe de tela touch de 2,8 polegadas com boa resposta aos comandos, como comprovou a reportagem.

Ele roda sistema operacional Asha 1.1.1, navegador Nokia Xpress Browser e acessa aplicativos como WhatsApp, Facebook e Twitter. O desempenho dessas e outras ferramentas pode ficar comprometido por causa da restrição do 2G, mas não foi possível fazer essa verificação – o acesso estava indisponível na feira. Outro item que não deve agradar é a câmera traseira de apenas 1,3 megapixel.

Nokia X 
Se o consumidor quiser mais recursos – como acesso 3G e câmeras mais potentes – terá de desembolsar mais dinheiro. E aí entra a família Nokia X, com aparelhos de 50 euros a 110 euros (cerca de R$ 160 e R$ 353), que rodam sistema operacional desenvolvido a partir do código aberto do Android. Além do preço, o fato de eles rodarem (alguns) aplicativos desenvolvidos para Android funciona como chamariz.

  • Ana Ikeda/UOL

    Família Nokia X roda plataforma baseada no código aberto do Android, mas tem visual do Windows Phone

Apesar da compatibilidade, os usuários não usarão a loja virtual Google Play para baixar apps: o download deve ser feito via Nokia Store. Esta alternativa não oferece todos os programas para Android, pois alguns precisam de serviços do Google (caso da ferramenta de mapas) para funcionar. Os programas terão de ser adaptados por desenvolvedores e aprovados pela Nokia antes de serem disponibilizados.

Compatíveis com dois chips, os Nokia X (89 euros; cerca de R$ 287) e X+ (99 euros; cerca de R$ 319) têm tela sensível de 4'', câmera de 3 megapixels e 4 GB de armazenamento. Já o XL (109 euros; R$ 352) tem tela de 5 polegadas e duas câmeras: frontal de 2 e traseira de 5 megapixels.

Para usuários que preferem a simplicidade de uma interface tal qual à do Windows Phone, os modelos agradam. Na tela inicial do Nokia X, é possível blocos em vez de ícones de aplicativos – chamados de "tiles", eles representam a identidade visual da plataforma Windows Phone. Até mesmo na hora de personalizar a posição e tamanho dos blocos, o procedimento é idêntico: tocar por alguns segundos, até que eles se destaquem.

Assim como os "live tiles", do Windows Phone, as informações no Nokia X já aparecem atualizadas nos blocos (uma nova mensagem de texto ou notificação de Facebook), sem que o usuário precise acessar essas ferramentas. Além disso, um toque lateral na tela também mostra a lista dos últimos aplicativos abertos, tal qual o Windows 8 (usado em desktops e mobile).

LG 
A LG também anunciou os modelos L Series III - trata-se da terceira geração da de smartphones considerados populares. Todos oferecem conexão 3G e rodam a versão mais recente do Android, a Kit Kat. Apesar do apelo do preço, os valores e data de lançamento não foram anunciados.

O L90 tem tela de 4,7 polegadas, processador quad-core de 1,2 GHz, memória RAM de 1 GB, 8 GB para armazenamento, câmeras de 1,3 e 8 megapixels. O L70 tem tela de 4,5 polegadas, processador dual-core de 1,2 GHz, memória RAM de 1 GB, 4 GB para armazenamento, câmeras traseiras de 5 ou 8 megapixels e frontal VGA.

O L40, alternativa mais básica, tem tela de 3,5 polegadas, processador dual-core de 1,2 GHz, memória RAM de 512 MB, 4 GB para armazenamento, câmera traseira de 3 megapixels.

  • Smartphones populares da linha L Series III têm telas de 4,7 (esq), 4,5 e 3,5 polegadas (dir)

* A jornalista viajou a convite da Ericsson