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Manuseio de cigarro eletrônico requer cuidados; usuários relatam explosões

Acima, um cigarro eletrônico desmontado. Sua estrutura é composta por bateria, compartimento para essência e resistência (que gera o vapor) - Reprodução/U.S. Food and Drug Administration
Acima, um cigarro eletrônico desmontado. Sua estrutura é composta por bateria, compartimento para essência e resistência (que gera o vapor) Imagem: Reprodução/U.S. Food and Drug Administration

Flávio Carneiro

Do UOL, em São Paulo

16/06/2014 06h00

O cigarro eletrônico é uma alternativa ao produto comum. Para funcionar, possui uma bateria (que geralmente é de lítio), um compartimento com a essência e uma resistência para transformar esse conteúdo em vapor. Ele é proibido no Brasil e, no exterior, há relatos de incêndios causados principalmente quando os usuários dão carga no acessório.

Apesar de outros gadgets também possuírem bateria, o cigarro eletrônico tem uma particularidade: sua estrutura geralmente é frágil e pode ser danificada facilmente. Além disso, seu uso é muito próximo ao rosto, tornando uma possível explosão mais perigosa. Por isso, o manuseio precisa de cuidados específicos.

Segundo João Carlos Lopes Fernandes, professor de equipamentos eletrônicos do Instituto Mauá de Tecnologia, o cigarro eletrônico é mais vulnerável a todo tipo de danos do que os celulares, por exemplo.

“O celular é mais bem revestido do que um cigarro eletrônico e isso protege sua bateria de amassados, por exemplo. Já no gadget para fumar há apenas uma capinha de plástico, geralmente fina e frágil. Isso deixa o equipamento suscetível a danos, que podem causar vazamento ou curtos”, explicou.

Nos últimos meses, diversas explosões foram relatadas no exterior. A britânica Kim Taylor afirmou que seu carro foi incendiado pelo gadget. Já em outro caso, uma mulher culpou o produto por um incêndio em seu apartamento. Em um terceiro acidente, a usuária teria sofrido queimaduras na perna depois de o acessório explodir

Quando essas situações acontecem, o motivo é geralmente o uso de um carregador diferente - e não aquele que acompanha o produto. Esse intercâmbio de acessórios é perigoso, segundo o professor Fernandes. “Não se pode carregar eletrônicos em acessórios diferentes só porque eles têm a mesma entrada. Os produtos têm voltagens distintas. Um carregador muito forte pode sobrecarregar uma bateria fraca, causando a explosão”, explicou.

Outras questões precisam ser levadas em conta para evitar possível incêndio. Climas muito quentes e tempo demais na tomada (como durante toda a noite) podem colaborar para que haja problemas com o gadget, segundo o professor.

Fabricantes estrangeiras como a Eversmoke, a Blu e V2 dão dicas parecidas para os usuários: nunca deixar o produto carregando sozinho, não carregá-lo em ambientes quentes, como um carro fechado, manter o gadget seguro em um estojo e não utilizar o acessório se ele estiver com algum "inchaço".

Em 2009, os cigarros eletrônicos foram proibidos no Brasil por questões ligadas à saúde. Dessa forma, os produtos que são comercializados extraoficialmente por aqui não passam por nenhuma regulamentação - tornando seu uso ainda mais perigoso. Não há garantias da procedência ou qualidade, tanto da essência para o fumo quanto das partes elétricas.