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Samsung estima em R$ 14 mi valor de carga roubada; polícia fala em R$ 80 mi

Logotipo da Samsung na sede mundial da empresa em Seul (Coreia do Sul); fábrica da companhia em Campinas (SP) foi roubada - Lee Jae-won/Reuters
Logotipo da Samsung na sede mundial da empresa em Seul (Coreia do Sul); fábrica da companhia em Campinas (SP) foi roubada Imagem: Lee Jae-won/Reuters

Do UOL, em São Paulo

08/07/2014 09h38Atualizada em 08/07/2014 13h56

Em nota divulgada nesta terça-feira (8), a Samsung informou que a carga roubada de sua fábrica em Campinas (a 93 km de São Paulo) está avaliada em R$ 14 milhões. Na segunda-feira (7), a Polícia Militar informou que R$ 80 milhões em equipamentos haviam sido levados por cerca de 20 homens armados, que encheram sete caminhões com notebooks, tablets e celulares.

Ainda de acordo com a polícia, 200 funcionários da fábrica na Rodovia Dom Pedro 1º foram reféns da ação, que durou aproximadamente 3 horas. Já a fabricante afirma que o número de reféns ficou em 50.

Segundo o delegado da Polícia Civil Carlos Henrique Fernandes, titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), o bando evitou levar as chamadas iscas eletrônicas -- equipamentos dotados de rastreadores, dispostos estrategicamente no estoque, justamente para permitir a localização em caso de roubo. O detalhe revela que os bandidos conheciam a empresa e planejaram o roubo em detalhes, segundo Fernandes. 

Em fevereiro de 2013, um grupo armado assaltou uma grande distribuidora de eletrônicos também em Campinas, responsável na época por metade dos celulares e tablets comercializados no país.  Um vídeo mostrou a ação dos ladrões e parte da carga, avaliada em R$ 24,5 milhões, foi recuperada. 

Ação 
“Eles pediram a bateria de todos os celulares dos funcionários para que ninguém ligasse para a polícia e pegaram as armas dos vigias, mas não agrediram ninguém”, relatou o policial militar Vitor Chaves. Ao longo das três horas, os funcionários continuaram trabalhando normalmente. Os bandidos fugiram pela rodovia. 

"Eles certamente tinham fuzis, mas essas armas não foram vistas pelos reféns. Lá dentro, eles se separaram e começaram a escolher o que seria levado", relatou o delegado da DIG. 

Para ele, a quadrilha é especializada nesse tipo de ação e escolheu a Samsung por fabricar produtos de pequeno volume e alto valor agregado. "Com certeza eles têm um esquema para a receptação desses produtos, possivelmente na informalidade, e esperamos chegar logo a eles."

Fernandes não descartou a possível participação de funcionários, passando informações privilegiadas aos bandidos. "Isso também está sendo investigado e vamos nos debruçar sobre todas as imagens disponíveis." Ele adiantou que as câmeras captaram alguns dos assaltantes em ação. As imagens serão processadas e melhoradas para uma possível identificação.

A assessoria de imprensa da Samsung informou que a empresa apura o caso. “Estamos muito preocupados com este incidente. Felizmente, ninguém ficou ferido. Temos cooperando plenamente com a investigação policial em curso, e faremos o nosso melhor para evitar qualquer recorrência”, disse a companhia em comunicado à imprensa.

Como evitar eletrônicos roubados
Depois do roubo da distribuidora no ano passado, o UOL Tecnologia indicou como evitar a compra de eletrônicos ilegais - as dicas continuam válidas para roubo de carga da Samsung.  

Cuidados na hora da compra

Exigir nota fiscal
Checar número de fabricação
Desconfiar de preços muito abaixo do praticado pelo mercado
Condições da embalagem

Segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), é possível saber a procedência do produto observando o número de fabricação, que fica na embalagem. “Geralmente, os grandes fabricantes possuem o código dos eletrônicos que produzem. Por isso, o usuário pode consultar a empresa para saber se aquele produto que ele deseja comprar possui origem legal”, disse um porta-voz da associação.

Mesmo que não haja registro de roubos na região em que ele mora, o consumidor deve manter a atenção. Isso porque um produto roubado pode ser levado para qualquer lugar do Brasil e até mesmo sair do país e retornar como importação.

O Procon-SP alerta que preços muito abaixo do mercado, más condições da embalagem e ausência de nota fiscal são características que merecem atenção do consumidor.

(Com Estadão Conteúdo)