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Líder na China, Xiaomi tem patentes e pós-venda como desafios para crescer

Capa da interface gráfica MiUI 6, da Xiaomi, que deve ser lançada ainda em setembro - Reprodução
Capa da interface gráfica MiUI 6, da Xiaomi, que deve ser lançada ainda em setembro Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

28/08/2014 10h00

A Xiaomi é um fenômeno de vendas de smartphone na China. No segundo trimestre, ela virou líder no maior mercado de telefonia do mundo. Com a estratégia de vender gadgets acessíveis, a empresa tem desafios a serem superados para consolidar sua marca, como melhorar o pós-venda e investir em patentes. As informações são de um relatório da empresa de consultoria Gartner.

"Nos centros de serviço [da Xiaomi] faltam peças até para os reparos mais comuns. Para consertar um aparelho, ele deveria ser enviado para a sede da companhia, o que causava uma longa espera", afirma o levantamento.

Além disso, a companhia pecou nos seus primeiros anos com a falta de qualidade dos gadgets comercializados em larga escala. “Reparamos a ocorrência de problemas como reinicialização automática do aparelho, aquecimento de bateria, qualidade da tela, entre outros. Ao conversar com fabricantes, eles disseram que parte disso deve-se a pouca experiência da empresa no desenvolvimento em massa de dispositivos”, diz o relatório da consultoria.

Para contornar o problema, a empresa começou a oferecer no ano passado reparos rápidos em algumas cidades e a disponibilizar um chat 24 horas para ajudar a solucionar defeitos.

Lançado em julho de 2014, o Mi 4 é um dos aparelhos da Xiaomi mais potentes disponíveis no mercado asiático. Ele tem processador quad-core (quatro núcleos) de 2,5 GHz, 3 GB de memória RAM, 16 GB para armazenamento (expansível com cartão de memória), duas câmeras (traseira de 13 megapixels e uma frontal de 8 megapixels) e tela de 5 polegadas. Preço sugerido: 1.999 yuanes (cerca de R$ 730 ou US$ 326) - Divulgação - Divulgação
Lançado em julho de 2014, o Mi 4 é um dos aparelhos topo de linha feitos pela Xiaomi
Imagem: Divulgação

Patentes

Outro problema da companhia tem relação com patentes. Por promover diversas atualizações em seu sistema, a Xiaomi, às vezes, incorpora recursos de concorrentes.

“A maioria das fabricantes chinesas estão protegidas com leis locais frouxas de propriedade intelectual. No entanto, isso será uma grande ameaça para a companhia ao chegar a mercados internacionais”, diz o relatório. "Em agosto de 2013, a Xiaomi registrou 514 patentes, segundo o órgão chinês. Enquanto isso, Huawei e Lenovo registraram 43.393 e 5.267, respectivamente. A maioria delas referentes a interface de usuário, processos e design."

Atualmente, a empresa vende dispositivos na China, Taiwan, Indonésia e, mais recentemente, na Índia.

Antes de morrer, Steve Jobs, cofundador da Apple, disse que empreenderia uma “guerra” contra o Android, por achar que o Google copiou recursos do iOS em seu sistema. A gigante das buscas não foi diretamente prejudicada, mas a Samsung foi alvo de uma grande batalha jurídica por isso. Imagine só se a Xiaomi entrar no mercado norte-americano e incomodar as fabricantes de tecnologia.