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Por R$ 799, Moto 360 tem design elegante e é dependente de smartphone

Relógio Moto 360, da Motorola,  exibe quantidade de passos dada por usuário - Jeff Chiu/AP
Relógio Moto 360, da Motorola, exibe quantidade de passos dada por usuário Imagem: Jeff Chiu/AP

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em São Paulo

03/12/2014 06h01Atualizada em 04/12/2014 16h40

Com a proliferação dos smartphones, muitas pessoas deixaram de usar relógios. Agora, as mesmas fabricantes desses celulares querem devolver esse item aos pulsos dos consumidores, mas com a marca deles e com funções adicionais. A tentativa da Motorola neste mercado de smartwatches (relógios inteligentes) é o Moto 360, que se destaca pelo bonito design arredondado e integração com o sistema Android.

Disponível desde o fim de outubro por R$ 799, o relógio inteligente Moto 360 (como todos os outros aparelhos da categoria) ainda é um item de luxo, pois tem o mesmo preço de um aparelho novo (como o Moto G, da própria Motorola). Longe dele, é apenas um relógio estiloso com algumas funções adicionais. Acompanhe a seguir os principais destaques do aparelho:

Design

A Motorola acertou em cheio no design, pois ele tem um formato arredondado clássico. Quem vê o aparelho no pulso, não suspeita à primeira vista que é um dispositivo cheio de tecnologia por dentro. A maioria dos concorrentes tem formato quadricular e, de cara, pinta de relógio dos “Power Ranger”.

Ele vem embarcado com o sistema Android Wear e só é compatível com smartphones Android 4.3 ou superior. O Moto 360 pesa 49 gramas, tem 4 GB de armazenamento e conexão Bluetooth 4.0 de baixo consumo de energia. O dispositivo tem dois sensores: pedômetro e um monitor de frequência cardíaca.

A bateria de 320 mAH aguenta um dia se o aparelho não for muito usado. Além disso, por estar conectado ao aparelho via Bluetooth, o gadget contribui para a carga do smartphone acabar logo. Por isso, é importante estar sempre com os carregadores prontos para uso.

Usando o relógio

Ao tirar da caixa, o relógio exige a instalação do aplicativo Android Wear em um smartphone. Apenas com esse programa é possível conectar o telefone ao Moto 360. Sem fazer isso, o aparelho apenas exibe a hora, permite configurar alarmes, mede a frequência cardíaca e a atividade física (quantos passos a pessoa deu).

Depois de parear os dispositivos, o relógio recebe notificações do telefone. Com isso, foi possível responder mensagens enviadas pelo WhatsApp através de comandos de voz e acompanhar o histórico das últimas conversas. No entanto, não foi possível iniciar um bate-papo. Só foi possível “reagir” a uma conversa começada por outra pessoa.

Também foi possível rejeitar ligações (com um simples toque na tela), enviar mensagens SMS (falando o conteúdo), controlar o tocador de música (mudar de faixa e ajustar volume) e fazer solicitações ao Google Now (assistente pessoal do Google), como “vai chover hoje?”, “me dê direções para a avenida Paulista, 1000” e “quando o São Paulo Futebol Clube jogará?”.

O problema das solicitações que exigem conexão à internet é que o relógio só as executa se a conexão estiver boa. Quando isso não acontece, o Moto 360 exibe uma mensagem dizendo que está off-line (e isso pode ser frequente, dependendo de sua operadora).

Outra dificuldade enfrentada diz respeito ao reconhecimento de voz. Quem está acostumado a fazer perguntas ao Google Now no smartphone deve ter paciência com o relógio, pois ele não tem um processador tão poderoso. Talvez esse seja um dos maiores problemas do relógio, pois a execução de comandos de voz perde a fluidez.

Aplicativos

Como nos smartphones, os relógios inteligentes contam com aplicativos que melhoram funções. Ao entrar no Android Wear, em seu dispositivo Android, é possível baixar alguns programas já adaptados para a plataforma.

O Pear, por exemplo, não deixa o usuário esquecer o smartphone. Ao se afastar do telefone celular, ele exibe uma notificação no relógio dizendo que o aparelho está distante e que, se o usuário quiser, pode emitir um barulho no smartphone para achá-lo mais rápido.

Há outros ainda para ajudar a achar o carro no estacionamento (como o My Car Locator) e opções para organizar os ícones de aplicações do relógio (como o Wear Mini Launcher).

Conclusão

O cenário dos smartwatches ainda está começando e a tentativa da Motorola é válida, apesar de ser um aparelho voltado para “early adopters” (gente que ama tecnologia e está disposta a pagar alto por categorias novas de produtos). O Moto 360, de modo geral, é lindo, mas ainda deve na rapidez de comandos de voz e na falta de opção de aplicativos em português.