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Ludwig: app para iPad ajuda surdos a sentirem música com vibrações

Raphael Silva, 23, é um dos desenvolvedores do Ludwig; app quer ajudar surdos a "sentirem" música - Reprodução - Reprodução
Raphael Silva (esq.), 23, é um dos desenvolvedores do Ludwig; app quer ajudar surdos a "sentirem" música
Imagem: Reprodução

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em San Francisco*

16/06/2015 06h00Atualizada em 19/06/2015 13h29

Um aplicativo feito por desenvolvedores de Campinas (a 99 km de São Paulo) quer ajudar pessoas surdas a aprenderem e sentirem música. O Ludwig, como é chamado o programa, foi um dos destaques do WWDC (conferência de desenvolvedores da Apple), realizada em San Francisco (Califórnia).

Durante o evento da Apple, o estudante de engenharia da computação Raphael Silva, 23, apareceu mostrando o funcionamento do aplicativo em um vídeo que exibia depoimentos de desenvolvedores e exemplos de programas feitos para a plataforma da Apple.

“Criamos o aplicativo pois queremos fazer o mundo igual para todo mundo. Nosso objetivo é levar a música para todos”, disse Silva, em entrevista realizada no Moscone West, local onde foi realizada a conferência da Apple.

O Ludwig começou a ser desenvolvido em setembro de 2013 e tem esse nome em homenagem ao compositor alemão Ludwig van Beethoven, que ficou parcialmente surdo durante sua carreira.

O app consiste em uma espécie de piano e uma pulseira conectada ao pulso do usuário –esse dispositivo tem uma vibração para cada toque feito na tela. O programa conta com uma biblioteca de músicas. Após escolher uma, o usuário pode ir seguindo as notas, como o jogo “Guitar Hero”. As guias têm cores distintas e ajudam a educar os usuários sobre o ritmo da canção tocada.

A reportagem testou o programa e achou bem divertida a experiência, apesar de a maioria das músicas serem de curta duração e haver poucas opções de canções –a única brasileira era “Asa Branca. De acordo com Silva, o programa, por enquanto, só conta com músicas que estão em domínio público.

“No momento, a gente apenas ensina a pessoa a replicar os conteúdos que têm no aplicativo. No entanto, a ambição é usar o programa para ensinar música para os surdos”, afirmou Silva.

Apesar de ser o único representante do projeto durante o WWDC, também fazem parte do desenvolvimento do Ludwig: Joaquim José Fantin Pereira, Pedro Rafael, André Castro e Ivan Ortiz, que, além de desenvolvedor, é trompetista profissional.

O Ludwig ainda está em desenvolvimento. Por enquanto, os responsáveis pelo software se dizem satisfeitos com os resultados obtidos com a comunidade deficiente auditiva. O grupo quer deixar o aplicativo redondo para poder lançá-lo na App Store.

*O jornalista viajou a convite da Apple.