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Tem medo de pedir carro por app? 99 implanta 3 novos recursos de segurança

Transporte por apps já estão inerentes às grandes cidades, mas causam insegurança - Getty Images/iStockphoto
Transporte por apps já estão inerentes às grandes cidades, mas causam insegurança Imagem: Getty Images/iStockphoto

Gabriel Francisco Ribeiro

Do UOL, em São Paulo

18/05/2017 04h00

Os aplicativos de transporte já viraram rotina nas grandes cidades brasileiras – "pedir um 'uber', '99', 'easy' ou 'cabify'" substituiu quase completamente o termo "táxi". A popularização do serviço trouxe, contudo, um aumento da insegurança e casos de violência envolvendo motoristas e passageiros do aplicativo. Houve casos até de envolvimento do motorista nos crimes.

A 99, antes chamada de 99 Táxis, defende seu critério de escolha dos condutores e diz que acompanha o trabalho deles a partir das opiniões deixadas pelos passageiros no app. Mas considera a segurança a prioridade número um no momento, por isso atualizou seu app com três novas ferramentas: uma para ajudar a evitar acidentes, outra para evitar pagamentos em dinheiro e uma que traz avisos sobre áreas consideradas perigosas pelo risco de crimes, uma medida que já causou polêmica quando foi adotada por outros aplicativos.

A 99 não é a única, por sinal, a buscar maneiras de passar mais segurança ao usuário --o ponto mais sensível dos apps. O Uber anunciou recentemente que implantará reconhecimento facial para os motoristas, ferramenta que soa mais eficaz do que realmente é.

1. Alerta avisa sobre áreas perigosas

O recurso que alerta motoristas sobre a proximidade de áreas consideradas perigosas funciona assim: quando o motorista, com uma corrida em andamento ou não, entrar em uma zona perigosa, o app emitirá um som de alerta. Não haverá nenhum aviso sonoro mais claro para evitar que o passageiro fique intimidado.

As regiões perigosas serão demarcadas pela 99 com um conceito semelhante ao de “comunidade” do Waze. São colhidos dados dos próprios motoristas, que têm a opção de cancelar corridas com a justificativa de “não ser seguro”. Ao marcar essa opção, a 99 passará a contabilizar o número de justificativas iguais e pode incluir a área na zona de risco.

“É tudo ligado à percepção do motorista, e a percepção que eu tenho é diferente da sua", explica Gilmar Magi, gerente de segurança da 99. "Se motoristas pararem de falar que tal área não é segura, o aviso vai parar."

A 99 agrega a informação e devolve em alertas. São dados que vêm 100% do motorista

Gilmar Magi, gerente de segurança da 99

O UOL Tecnologia acompanhou um motorista da companhia para testar a função no "Ladeirão", rua na região do bairro do Morumbi, em São Paulo, famosa pela incidência de crimes. Ao chegar a cerca de 500 metros da área, um aviso foi emitido pelo app em alto e bom som.

A estratégia é interessante, mas só serve para motoristas que conhecem a região, porque a ferramenta não dá nenhuma opção de rota alternativa e quem decide sobre o novo caminho é próprio motorista. Se ele não conhece o lugar, provavelmente seguirá a rota determinada pelo Waze. E, se ele já conhece, sabe que o local é perigoso e provavelmente vai desviar antes.

Políticas do tipo costumam causar muita polêmica, porque segregam áreas mais pobres. Quando o Uber proibiu corridas em favelas, por exemplo, fez nascer empresas concorrentes destinadas a essas comunidades.

Mas, para a 99, o motorista que decide o que fazer, então isso deve evitar a segregação.

"A 99 não pode tomar uma decisão pelo motorista, mas precisamos informar sobre a situação. Ele pode desviar, prosseguir, evitar a rota ou só ficar mais alerta, é critério dele. É uma abordagem diferente da concorrência", defende Magi.

2. "Modo seguro" evita pagamento em dinheiro

O motorista também vai poder ativar o "modo seguro" no app. Quando acionado, o aplicativo ignora corridas em áreas perigosas que seriam pagas em dinheiro. 

A opção também é polêmica, porque em regiões mais pobres os pagamentos acontecem mais em dinheiro, e não no cartão.

"Isso cria uma oportunidade de mercado para pessoas que conhecem aquela área. Quem conhece muito bem uma região que muitos motoristas não querem entrar vai trabalhar mais ali dentro", defende o gerente da companhia.

3. Alerta avisa sobre área com potencial de acidente

A terceira ferramenta envolve uma parceria com a Prefeitura de São Paulo. Um alerta do aplicativo avisa os motoristas sobre risco de acidente nos cruzamentos com maior número de ocorrências.

Quando o carro estiver a um quarteirão de distância do local problemático, uma narração informa: “atenção motorista, você está em uma área com muitos acidentes”.

No começo serão 15 cruzamentos cadastrados. Entre eles, estão alguns famosos, como o da rua Faria Lima com a avenida Rebouças e o da avenida Paulista com a avenida Brigadeiro Luís Antônio.

Cruzamentos com alerta contra acidentes:

ZONA NORTE

Av. Bras Leme x R. Voluntários da Pátria
Av. Cabo Adao Pereira x R. Cecilia Calovini
Av. Parada Pinto x R. Domingos José Sapienza  (junto ao Supermercado Andorinha)

ZONA SUL

Av. Santo Amaro x Av. Pres. Juscelino Kubitschek
Av. Guarapiranga x Av. Atlântica (Lgo. do Socorro)
Avenida Belmira Marin x Terminal Grajau

ZONA LESTE

Av. Alcântara Machado x R. Bresser
Av. Alcântara Machado x R. Apucarana
R. Tuiuti x R. Platina

ZONA OESTE

Av. Bolonha x Av. Kenkiti Shimomoto (CEU Jaguaré)
Viaduto da Lapa x Praça Melvin Jones
Av. Rebouças x Av. Faria Lima

CENTRO

R. Xavier de Toledo x Viaduto do Chá
Av. Ipiranga x Av. São João
Av. Paulista x Av. Brig. Luis Antônio

Motorista de aplicativo grava e compartilha histórias de passageiros

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