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Por que a conta de Donald Trump no Twitter caiu por 11 minutos?

Perfil de Donald Trump no Twitter - Reprodução
Perfil de Donald Trump no Twitter Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

03/11/2017 10h50

A conta pessoal do Twitter do presidente nos EUA, Donald Trump, foi temporariamente removida na quinta-feira (3) por um funcionário do Twitter que supostamente fez isso de propósito, segundo o portal de tecnologia "Recode".

A conta de Trump na rede social, @realDonaldTrump, caiu por apenas 11 minutos e já está funcionando novamente. Inicialmente o Twitter anunciou que a conta caiu por um "erro humano" e que a empresa estava investigando as causas.

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Em um novo tuíte, na noite de quinta-feira, o Twitter confirmou que a conta foi desativada "por um funcionário de suporte ao cliente do Twitter que fez isso no último dia de trabalho".

Embora o tal funcionário ainda tenha tido sua identidade revelada até o momento e não esteja clara a motivação do funcionário para fazer isso, Trump já voltou a tuitar e sugere que ele foi censurado pelo funcionário "desonesto".

"Minha conta do Twitter foi retirada por 11 minutos por um empregado desonesto. Creio que a palavra deve finalmente sair --e ter um impacto", disse o presidente americano.

Desde a campanha presidencial de 2016 que Trump vem causando discórdias no Twitter, usando sua conta para difamar oponentes e criticar a cobertura da imprensa sobre seu governo.

A questão é: pode um único funcionário do Twitter derrubar a conta do usuário mais importante da rede social?

O "Recode" ouviu duas fontes próximas à empresa e elas disseram que os funcionários da equipe de Confiança e Segurança do Twitter têm a capacidade de suspender ou remover contas, mas uma segunda fonte disse que isso é limitado.

Esta fonte acrescentou que o Twitter já considerou criar uma operação em que exigiria dois funcionários para remover contas importantes do Twitter, mas que isso nunca foi implementado.

Jack Dorsey, CEO do Twitter - Mike Blake/Reuters - Mike Blake/Reuters
Jack Dorsey, CEO do Twitter
Imagem: Mike Blake/Reuters

Outra fonte disse que os principais funcionários do Twitter, incluindo o CEO Jack Dorsey, não podiam excluir automaticamente uma conta e que os perfis são todos monitorados por painéis na empresa.

No entanto, outra fonte disse que alguém de dentro do Twitter com habilidades tecnológicas "certamente" poderia descobrir uma maneira de contornar o sistema.

Um porta-voz da empresa se recusou a comentar nas operações de segurança e segurança do Twitter por "razões de segurança". 

A questão ganha importância devido ao escrutínio que as gigantes da tecnologia como Facebook, Google e Twitter vêm sofrendo para entender seu papel em uma suposta operação russa de compra de anúncios para disseminar desinformação entre os eleitores.

Nesta semana, representantes das três empresas participaram de uma sabatina no Senado americano em que reconheceram o uso de suas ferramentas por cidadãos russos e que veicularam publicidade direcionada e concebida para influenciar a eleição presidencial do país, da qual Trump saiu vencedor.

Além disso, é sabido que o Twitter e outras empresas do Vale do Silício tem uma postura anti-Trump, o que vem gerando certa tensão entre a Casa Branca e essas empresas.

Outra polêmica recente envolveu o Twitter e a atriz Rose McGowan, que havia publicado uma série de mensagens relacionadas a alegações de que o produtor de cinema Harvey Weinstein agrediu várias mulheres sexualmente e afirma que foi uma das vítimas.

Celebridades como Chrissy Teigen e Mark Ruffalo se uniram a um boicote à plataforma depois que o Twitter suspendeu a conta de McGowan por um breve período. O Twitter afirmou que a conta dela havia sido bloqueada temporariamente porque um de seus tuítes incluía um número de telefone privado, o que viola seus termos de serviço.