Buscas de "como fazer" do Google mostram principais angústias do brasileiro

Não é exagero dizer que a busca do Google é uma das ferramentas mais úteis do mundo moderno. Com ela acessamos conhecimento de todos os tipos, de qualquer país, em qualquer idioma. 

E justamente por isso que fazemos da busca do Google um tipo de professor improvisado, com termos e perguntas que vão nos explicar como resolver os problemas mais imediatos, começando por um "como...", "como fazer..." ou "o que é...". Quantas coisas novas não aprendemos - pelo menos em parte - desse jeito?

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O ex-editor de infográficos do jornal "The Guardian", Xaquín G.V., se uniu ao Google News Lab, iniciativa do Google sobre jornalismo de dados, para criar o site "How To Fix a Toilet --And Other Things We Couldn't Do Without Search" ("Como consertar um banheiro e outras coisas que não conseguimos fazer sem buscas"), que elenca de forma divertida os tipos de "como fazer" mais populares em cada país.

"Buscamos as coisas que precisamos de mais ajuda na casa, desde o mais simples como-trocar-uma-lâmpada até coisas que sabemos que precisamos de um profissional, mas que o nosso ego nos leva a dizer que pelo menos tentamos", diz o designer.

Uma seção do site tem a pergunta: "Em ______, pesquisamos 'como consertar' essas coisas ao redor da casa" e no campo em aberto você digita o nome do país para saber as buscas mais realizadas nesse aspecto. Ao pôr "Brasil", temos os objetos maiores representando as buscas mais numerosas.

O índice de pesquisa dos termos abaixo vai de 0 a 100; quanto maior, mais buscado. Portanto, pela ordem, foi:

• Como consertar uma janela: 100 no índice de pesquisa
• Como consertar uma porta: 85 no índice de pesquisa
• Como consertar uma parede: 60 no índice de pesquisa
• Como consertar uma geladeira: 19 no índice de pesquisa
• Como consertar uma lavadora de roupas: 11 no índice de pesquisa
• Como consertar uma privada: 11 no índice de pesquisa
• Como consertar uma lâmpada: 7 no índice de pesquisa
• Como consertar uma tomada de energia: 4 no índice de pesquisa
• Como consertar uma pia: 1 no índice de pesquisa

O site também apresenta dados internacionais de outras categorias além da casa. É surpreendente como, segundo os usuários do Google, dar nó na gravata parece ser o maior mistério do universo.

COMIDA

• Fazer panquecas: 19 no índice de busca
• Fazer rabanada: 14 no índice de busca
• Fazer ovos cozidos: 12 no índice de busca

AMOR

• Beijar: 55 no índice de busca
• Engravidar: 47 no índice de busca
• Amar: 10 no índice de busca

VIDA ADULTA

• Fazer dinheiro: 21 no índice de busca
• Escrever uma carta de apresentação: 14 no índice de busca
• Escrever um resumo (para currículos): 12 no índice de busca

AMENIDADES

• Dar nó na gravata: 100 no índice de busca
• Desenhar: 23 no índice de busca
• Desenhar uma rosa: 12 no índice de busca

ATIVIDADE FÍSICA

• Perder peso: 32 no índice de busca
• Perder gordura na barriga: 13 no índice de busca
• Ganhar peso: 11 no índice de busca

A gente não quer só comida

De forma puramente empírica, o UOL reproduziu o início de alguns populares termos de busca para saber o que o Google no Brasil sugere logo abaixo. Veja:

As pesquisas de "como fazer" do Google levam principalmente a sugestões de comidas, principalmente doces: alguns tipos de bolo, pipoca doce, panqueca e pudim. A exceção ficou para o soro caseiro, feito para hidratar pessoas com diarreia (depois de tanto comer, talvez?).

Pesquisar por apenas "como" já muda um pouco nas sugestões: começamos a ver questões envolvendo WhatsApp, YouTube, emissão de passaporte e até a clássica canção de Belchior "Como Nossos Pais", que também virou nome de filme.

Aqui o "o que é" fica bem diversificado: vai de folclore, democracia e dinheiro a questões gramaticais. Ou a angústia juvenil - ou de pais em busca de descobrir - de não saber o que é "crush".

Isso não quer dizer que esses termos sugeridos sejam necessariamente os mais buscados no Brasil; os algoritmos da busca do Google podem depender de outros fatores para produzir essas sugestões além da popularidade. Pedimos ao Google Brasil os números mais recentes desses tipos de buscas, mas até a publicação desta nota esses dados não foram enviados.