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Sinal de Wi-Fi ruim? Que tal vestir uma antena?

Antena têxtil é capaz de captar sinais de redes wireless, Bluetooth e GPS - Marcos Santos / USP Imagens
Antena têxtil é capaz de captar sinais de redes wireless, Bluetooth e GPS Imagem: Marcos Santos / USP Imagens

Do UOL, em São Paulo

21/01/2018 04h00

Certamente você já se encontrou em uma situação em que, por um motivo ou outro, seu celular simplesmente não encontrava o sinal de rede Wi-Fi, GPS, Bluetooth ou conexão parecida.

Uma pesquisa de doutorado da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo pode ter inventando uma solução para este problema: transformar suas roupas em uma antena capaz de receber estes sinais.

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A chamada "antena têxtil" é um receptor que na parte de cima traz um tecido condutor e radiador, capaz de identificar os sinais eletromagnéticos, e na parte inferior, uma "blindagem" para impedir que estes sinais passem para o usuário. O tecido escolhido foi o denim, usado na calça jeans, um material de fácil acesso e de alta resistividade.

Os protótipos foram criados pelo engenheiro Marcus Grilo durante e após sua tese de doutorado. Ele refinou e expandiu o conceito inicial de uma antena de banda larga capaz de captar sinais de redes sem fio e Bluetooth.

"O estudo propõe um circuito de alimentação original para conectar o sinal ao radiador e alargar a banda da antena. Assim, ela atende a frequência desejada em condições habituais de uso nas roupas, curvada e interagindo com o corpo”, declarou Grilo.

Antena têxtil - Marcus Grilo - Marcos Santos / USP Imagens - Marcos Santos / USP Imagens
Marcus Grilo, que desenvolveu a tecnologia como um projeto de doutorado na Poli
Imagem: Marcos Santos / USP Imagens

A antena têxtil pode ter aplicações no dia-a-dia ou em áreas militares, industriais e da medicina.

Além de serem discretas, elas têm baixo peso e menor custo de fabricação. Na área militar, a antena têxtil seria empregada em radiocomunicação, presa por um velcro à farda. Também serviria para captar sinais de sistemas de localização, como o GPS

Fátima Salete Correra, que coordenou o projeto, ao Jornal da USP.

Correra também indicou que a antena poderia transmitir dados como temperatura do corpo, pressão arterial e batimentos cardíacos para saber o estado de saúde de pacientes, Ou ser usada como elemento de segurança nas escolas, funcionando como sensor para saber se a criança está no prédio ao instalar o receptor no uniforme.

"Por fim, a antena têxtil permitiria a melhoria do sinal das redes sem fio (Wi-Fi) em áreas de sombra", disse.

Por enquanto, porém, não se sabe quando tecnologias como a antena têxtil criada na Poli serão implementadas no Brasil.