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Sem mulher seminua: Playboy deixa o Facebook após escândalo

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

28/03/2018 09h35

A "Playboy" é a nova empresa a "desnudar" o Facebook após o grande escândalo político envolvendo a rede social. A revista de ensaios sensuais anunciou nesta quarta-feira (28) que deixará a plataforma e desativará suas contas oficiais por lá.

Já no primeiro parágrafo da nota, a publicação fundada por Hugh Hefner, falecido recentemente, deixa um certo desabafo.

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"Por anos, tem sido difícil para a Playboy expressar nossos valores no Facebook devido a seu rígido conteúdo e diretrizes políticas. Nós fomos confrontados com a única alternativa, que é alterar a voz da Playboy a fim de atender às visões do Facebook sobre o que é e não é apropriado em sua plataforma", diz.

Por "alterar a voz da Playboy", a revista talvez quisesse se referir a uma reformulação que fez em seu conteúdo digital em 2014, quando as fotos de mulheres nuas deram lugar a outras mais "comportadas" para voltar a ganhar algum espaço nas políticas do Facebook, que são contra a nudez.

Agora a revista afirma que "as notícias recentes sobre a suposta má gestão dos dados dos usuários pelo Facebook" levaram a "Playboy" a suspender sua atividade no Facebook.

"Há mais de 25 milhões de fãs que se envolvem com a Playboy através de nossas várias páginas no Facebook, e nós não queremos ser cúmplices em expô-los às práticas relatadas. É por isso que anunciamos que estaremos deixando a plataforma do Facebook, desativando as contas da Playboy que a Playboy Enterprises administra diretamente", diz o comunicado.

Entenda o caso

Em 2013, a consultoria britânica Cambridge Analytica supostamente usava indevidamente dados pessoais coletados do Facebook para criar perfis psicológicos e gerar anúncios personalizados em campanhas políticas. O escândalo ganhou mais força após reportagens recentes dos veículos "The New York Times", "The Guardian" e "Channel 4".

O fato provocou o movimento #DeleteFacebook, conclamando usuários a parar de usar a plataforma. As empresas do magnata Elon Musk, Tesla e SpaceX, saíram de lá, assim como a fundação Mozilla. O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, poderá testemunhar no Congresso dos EUA sobre isso, mas por ora, disse não ao Parlamento britânico.

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