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Perdeu o voo? Startups ajudam a conseguir indenizações de até R$ 12 mil

Voo atrasado ou cancelado pode render indenização de até R$ 12 mil com ajuda de startups. - Getty Images
Voo atrasado ou cancelado pode render indenização de até R$ 12 mil com ajuda de startups. Imagem: Getty Images

Helton Simões Gomes

Do UOL, em São Paulo

30/07/2018 15h40

Seu voo foi cancelado ou atrasou a ponto de você perder um compromisso? Sua bagagem foi extraviada? A companhia vendeu mais passagens do que o avião comportava? Todos esses problemas causam muito estresse em quem frequenta aeroportos, e está motivando uma onda de startups dispostas a ajudar passageiros a conseguir indenizações - que podem chegar a até R$ 12 mil

Todas elas funcionam de forma similar: o passageiro narra o ocorrido por meio de um site e, a partir daí, a startup analisa se é possível ir à Justiça. O que muda é como as informações são coletadas e qual a forma de as empresas serem remuneradas pelo serviço.

A Indenizar só leva o caso adiante se houver provas de que houve abuso. A QuickBrasil e a NãoVoei usam tecnologia para identificar, enquanto o cliente preenche um cadastro, se a situação é passível de ser levada à Justiça.

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No QuickBrasil, a conferência começa com o voo. “Caso o voo se qualifique para uma análise inicial, a pessoa preenche um cadastro realmente muito simples e anexa algumas evidências que comprovem que a pessoa de fato estava no voo em questão”, informa a empresa, acrescentando que isso não significa ainda se tratar de um caso válido para indenização.

Já o sistema da NãoVoei integra um processo de atendimento dos passageiros ao sistema de gestão. “O grande benefício para o passageiro, além de ter um processo de atendimento mais ágil, é saber durante o preenchimento do formulário se o caso dele é passível ou não de compensação”, diz Gabriel Motta, responsável pelo marketing da empresa.

Depois de o caso ser aceito, os advogados são acionados. A forma de cobrar pelo serviço também muda.

“As indenizações dependem de muitos fatores, objetivos e subjetivos, do dano causado pelo atraso ou cancelamento. Mas varia de R$ 2 mil a R$ 12 mil”, diz Bruno Camargos, diretor da Indenizar. Somente após a conclusão da ação é que a empresa cobra sua parte, que varia de 20% a 30% sobre o dinheiro recebido pelo passageiro.

Receber uma fatia da indenização também é o que a NãoVoei faz, que diz conseguir indenizações entre R$ 3 mil e R$ 10 mil. “O valor da compensação pode variar de acordo com o caso do passageiro. Se houve danos morais, materiais, bagagem extraviada, perda de compromissos importantes, gastos extras”, diz Motta.

Já a QuickBrasil funciona de uma forma diferente. A partir do momento em que identifica elementos no caso que o qualifiquem para uma indenização, a startup oferece R$ 1 mil ao passageiro.

“O cliente não tem que aguardar por meses por alguma decisão judicial relacionada a atrasos de mais de 4 horas no destino, causados por atraso em voos diretos, atraso em voos com conexão que o impedem de pegar o voo seguinte, ou cancelamentos. Estes casos são indenizados [...] em apenas uma semana”, informa a startup.

“Em qualquer outro processo, o cliente precisa entrar de alguma maneira com um processo judicial, o que fará com que a decisão sobre um valor a receber demore meses e seja burocrático. Além disto, não há qualquer garantia de que haverá uma decisão judicial favorável para o cliente.”

Além disso, a empresa evita entrar na Justiça e tenta fazer um acordo extrajudicial com a companhia aérea. A forma de ser remunerada também é diferente: a QuickBrasil fica com o valor pago na indenização menos a quantia já adiantada aos passageiros.

“Caso consigamos um acordo com a companhia aérea em um valor acima do valor que indenizamos o cliente, daí vem o nosso lucro. Caso não consigamos, assumimos a situação como risco do nosso modelo de negócios.”

As três empresas surgiram em 2017 e ainda não completaram 18 meses de vida. Tanto a QuickBrasil quanto a NãoVoei já atenderam mais de mil clientes cada uma.

Apesar das dificuldades que toda empresa no começo enfrenta, elas já indicam que os negócios vão bem. A Indenizar diz que não divulga receita pois negocia com um possível investidor. Já a NãoVoei informa que sua receita subiu 80% nos últimos seis meses. Já a QuickBrasil, criada em abril do ano passado, fatura acima do R$ 1 milhão.