Topo

Por que me rendi a uma pulseira inteligente made in China

Huawei Color Band A2 tem ótimas funções e não custa tanto quanto um smartwatch - Divulgação
Huawei Color Band A2 tem ótimas funções e não custa tanto quanto um smartwatch Imagem: Divulgação

Rodrigo Lara

Colaboração para Tilt, em São Paulo

04/08/2018 04h00Atualizada em 21/11/2021 13h16

Diante de tantos gadgets, qualquer visita a lojas virtuais de eletrônicos pode virar uma grande armadilha para sugar nosso dinheiro. Muitos criam a falsa necessidade de serem fundamentais na nossa vida, então quando nos deparamos com algo realmente interessante, bate aquela dúvida. Será que vai ser mesmo útil?

Essa era a minha relação com os smartwatches, vulgo relógios inteligentes, e suas variantes voltadas ao monitoramento do corpo e prática de esportes.

Ainda que os primeiros deles (com todas as limitações tecnológicas da época) tenham sido lançados na primeira metade dos anos 1990, eles ganharam popularidade nesta década, com fabricantes de peso como Motorola, Apple, Samsung e LG investindo em produtos e outras empresas, mais notadamente o Google, em sistemas operacionais para esse tipo de acessório.

Mesmo assim, os primeiros smartwatchs eram lentos e, bem... feios. Também não tinha o hábito de usar relógio de pulso, então tudo isso fez qualquer ânsia por colocar as mãos em um sumir. Até agora.

HUAWEI Color Band A2 - Divulgação - Divulgação
Pulseira tem funções como monitoramento cardíaco, análise de sono e despertador que te acorda aos poucos por vibração
Imagem: Divulgação

"Más" influências

Tudo começou a mudar quando meu cunhado, um fanático por tecnologia, trouxe de uma viagem ao exterior o Apple Watch 3. Ele mesmo dizia que havia comprado mais para "ver qual era" a do gadget, por isso me surpreendi quando, passados alguns meses, percebi que ele mal tirava o relógio —provavelmente nem para tomar banho, já que ele é à prova d'água.

Fiquei intrigado. Surgiu a vontade de experimentar também.

Ainda assim, comprar um Apple Watch não faria o menor sentido para mim, que vivo mergulhado em serviços do Google e sou usuário de celular Android. E pagar US$ 300 —ou R$ 2.500, no Brasil— ajudou a esfriar essa vontade. Ainda assim, comecei a pesquisar os modelos disponíveis.

Afinal, por que não?

Me rendi

Tudo ia bem até a minha cunhada aparecer com uma pulseira inteligente da chinesa Xiaomi, a Mi Band 2.

Bem mais simples que o Apple Watch, ela é voltada para a prática de esportes, com monitoramento cardíaco, análise de sono e um sistema de despertador que te acorda aos poucos por vibração - algo interessante para quem acorda no susto com um despertador normal.

Além disso, o gadget também tem funções interessantes para quem trabalha em escritório, como um aviso periódico para evitar que se fique muito tempo sentado.

E a pulseira inteligente ainda serve de relógio e permite ver notificações e mensagens do celular —algo útil para quem teme ser roubado em certas situações.

O resultado disso é que eu encomendei uma pulseira inteligente, no caso um modelo da chinesa Huawei repleto de funções (parecidas com o modelo da Xiaomi) e bem avaliado em reviews especializados.

Mergulhar no universo das pulseiras inteligente foi útil para notar o quanto esse tipo de gadget evoluiu. O que começou como um pedaço de plástico sem interação, ganhou funções de "mini smartwatch" e funciona como um ponto de entrada para quem quer experimentar um dispositivo do tipo.

Além disso, há algo no qual as pulseiras inteligentes são imbatíveis: o custo-benefício. Paguei US$ 22, mais frete (em geral grátis, em sites chineses).

Um bom modelo dificilmente ultrapassará um terço do preço cobrado por um smartwatch, mesmo tendo as funções que você provavelmente mais utilizaria no dispositivo mais caro. Ou seja: elas acabam sendo um raro caso no qual o lado racional de uma compra acaba encontrando o lado emocional.

É útil para qualquer pessoa

Ainda que os modelos enfatizem o uso por quem pratica esportes com frequência, nada impede que esses gadgets sejam utilizados como um discreto e elegante relógio digital, cujo display tem ótima definição.

Além de mostrar as horas e a data, há outras funções interessantes: esses dispositivos, em geral, são pareados com um aplicativo de celular, que serve como repositório de informações e ampliam as funções do gadget.

É possível checar seu batimento cardíaco, por exemplo, e manter um histórico no app. Outra função que merece destaque e que, particularmente, eu considero das mais úteis, é um aviso de tempos em tempos para que o usuário da pulseira se levante. Para pessoas, como eu, que trabalham sentadas durante todo o dia, é uma deixa e tanto para levantar, "esticar as pernas" e tomar um copo-d'água.

Também há funções dedicadas a exercícios, como corridas e caminhadas. Nesta situação, a pulseira utiliza o GPS do celular para calcular a distância percorrida e as calorias gastas, novamente registrando isso no app do celular.

Aqui, vale apontar que há modelos mais sofisticados - e, obviamente, caros - que possuem seu próprio GPS e dispensam o uso de um celular nessas condições. Em todo caso, ter acesso a informações do tipo pode ajudar o usuário a mudar de hábito e passar a praticar exercícios.

Essa pulseira da Huawei também oferece um monitor de sono. Basta dormir com ela e, no dia seguinte, você poderá ver quanto tempo, por exemplo, passou em sono profundo durante a noite. Claro que a medição não é precisa, mas já ajuda a perceber problemas.

Por fim, ela também avisa seu usuário quando o celular está recebendo uma ligação e tem uma função que faz com que o seu smartphone dispare uma música, algo útil para quem costuma esquecer onde deixou o celular. E a bateria é capaz de durar por diversos dias sem que você se preocupe em carregá-la.

Precisa se acostumar

Usar um dispositivo do tipo, no entanto, é algo que pode não agradar a todos. Eu, por exemplo, não tinha o hábito de usar relógios então, muitas vezes, acabei saindo de casa sem a pulseira. É uma situação muito distinta do que ocorreu, por exemplo, com a minha namorada. Dona de uma Mi Band 2, ela não sai de casa sem o aparelho.

Da mesma maneira, utilizar o gadget durante a noite, por exemplo, pode ser incômodo - eu cheguei a arranhar o rosto uma noite. É algo que demanda uma dose de costume.

No meu caso, ao menos, experimentar uma pulseira inteligente serviu para eu me render a esse tipo de dispositivo.