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Acidentes com patinetes elétricas crescem em meio a febre nos EUA

Veículos de startups causaram confusões em cidades americanas - Divulgação
Veículos de startups causaram confusões em cidades americanas Imagem: Divulgação

Rodrigo Trindade

Do UOL, em São Paulo

26/08/2018 04h00

As patinetes já estão disponíveis nas ruas de São Paulo para quem quiser sair andando por aí sem esforço físico, com agilidade e sem poluição do ar ou sonora. A proliferação delas, no entanto, merece atenção de autoridades, além de responsabilidade e cuidado dos usuários. Isso porque, nos Estados Unidos, acidentes com o veículo se tornaram um acontecimento diário.

O modal de transporte não é regularizado e se popularizou repentinamente pelas cidades americanas, o que dificulta a contagem oficial de incidentes que o envolvem, mas a impressão passada por hospitais, advogados e agentes públicos é que o número de pessoas que se envolvem em acidentes tem crescido.

Uma reportagem do início desta semana do “Buzzfeed News” coletou depoimentos de médicos que trabalham com o pronto atendimento de hospitais na Califórnia, um dos lugares onde as patinetes se espalharam, e os relatos dão conta de pessoas se machucando todo dia por causa dos veículos.

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“Temos visto lesões diárias de usuários das patinetes motorizadas, assim como lesões de pedestres que foram atingidos por motoristas ou tropeçaram em patinetes deixadas nas calçadas”, contou Wally Ghurabi, diretor médico do centro de emergências da UCLA em Santa Monica.

Localizada nas imediações de Los Angeles, Santa Monica é uma das cidades que tem buscado regulamentar o uso das patinetes, tendo escolhido Uber e Lyft como parceiras para testes oficiais e revoltando as startups Lime e Bird, pioneiras quando o assunto é patinete.

Além de Santa Monica, San Francisco é outra cidade californiana que adotou uma medida contra o veículo. Ela vetou as patinetes enquanto não houvesse regulamentação.

“Patinetes estão fora das ruas de San Francisco há alguns meses, mas você via diversas pessoas em vérios de nossos centros após lesões com patinete, a maioria delas envolvendo a inabilidade de parar rapidamente e evitar colisões”, lembrou Brandon Hastings, executivo-chefe do Golden Gate Urgent Care, que tem diversos pontos de atendimento pela cidade.

Usuários e vítimas de tropeços em patinetes têm processado as empresas pelas lesões sofridas por causa dos veículos, cuja direção não é tão intuitiva quanto a de uma bicicleta, por exemplo.

No teste que fizemos com uma patinete elétrica em São Paulo, sentimos que a adaptação ao veículo não é imediata. Além do fator equilíbrio, você acelera com a mão direita e breca com a esquerda. Até aí, tudo bem, o problema é que dá para chegar a mais de 20 km/h com facilidade, já que a patinete pega velocidade rápido e a frenagem tem uma sensação diferente de uma bicicleta.

As empresas recomendam o uso de capacete, mas ele sozinho não te ensinará a pilotar a patinete. Se você é um novato testando o veículo pela primeira vez, vá com calma. Assim você pega o jeito da coisa e evita se machucar a si mesmo e a outros.