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Não é só iPhone! WhatsApp para Android deverá receber anúncios também

Justin Sullivan/Getty Images/AFP
Imagem: Justin Sullivan/Getty Images/AFP

Helton Simões Gomes

Do UOL, em São Paulo

09/10/2018 11h36

Se você tem um celular Android e pensou que ficaria livre dos anúncios que devem chegar em breve ao WhatsApp no iPhone, está enganado. As propagandas estão para começar a circular também nos smartphones que usam o sistema operacional do Google.

De acordo com o "WAbetaInfo", site que acompanha vazamentos de novidades sobre o app de bate-papo, o WhatsApp já incluiu em sua última versão de testes a possibilidade de implementar anúncios no aplicativo para Android.

"Eles não são visíveis ainda e o recurso será liberado no futuro", explicou o site.

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A informação surge poucos menos de uma semana após o WAbetaInfo ter encontrado evidências de que o WhatsApp começaria a exibir anúncios em sua versão para iOS, sistema da Apple.

Ao que parece, os anúncios serão exibidos nos mesmos moldes das propagandas inseridas nos Stories do Instagram, outro serviço do Facebook, que também é dono do WhatsApp. "Depois de visualizar um certo número de Status, o WhatsApp poderá exibir um anúncio", detalhou o WAbetaInfo.

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Entenda

As evidências cada vez mais quentes de que o Facebook está para começar a exibir anúncios on WhatsApp reforçam as declarações feitas por Brian Acton, cofundador do aplicativo, em entrevista dada à "Forbes". Ele deixou a empresa ainda em 2017 por se desentender com Mark Zuckerberg sobre como o serviço de mensagens começaria a gerar receita.

Acton disse que, desde o ano passado, Zuckerberg vem estudando a inclusão de propaganda direcionada no WhatsApp Status, recurso de postagens com duração de apenas 24 horas.

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A rentabilização do WhatsApp foi o principal tema de discórdia entre os fundadores do WhatsApp --Acton e o ucraniano Jan Koum, que também deixou a empresa em abril-- e o Facebook, que comprou o app em 2014.

Acton e Koum sempre odiaram anúncios em serviços web e não queriam isso no WhatsApp, e chegaram a prometer queisso jamais aconteceria no serviço deles. Em um post de 2014, explicando a compra pelo Facebook, disseram: "Você pode continuar a contar com um serviço sem nenhum tipo de propaganda interrompendo a sua comunicação".

Enquanto isso, diz Acton, Zuckerberg achava que seria a forma mais eficiente de gerar lucro com o app. Foi o que ele fez com o Instagram, adquirido pelo Facebook em 2012.

Os anúncios não têm data para chegar ainda, até porque a empresa ainda não confirmou a informação. O "WABetaInfo", no entanto, tem alto grau de acertos em suas previsões, então em breve devemos ficar sabendo mais sobre isso.

O WhatsApp, porém, precisa lucrar para justificar os US$ 22 bilhões investidos nele há quatro anos. Ainda mais porque o Facebook enfrenta um forte ceticismo de investidores devido à estagnação de sua receita -- a rede social parou de crescer e as novas fontes de faturamento, Instagram e WhatsApp, não são fortes o suficiente, argumentam.

O WhatsApp já está se mexendo para dar dinheiro. O WhatsApp Business é um exemplo. Outras formas, somente estudadas por ora, são a divulgação de notícias verificadas e futuras transações comerciais realizadas no app.