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Leu no WhatsApp ou Facebook? Antes, siga estes passos para saber se é boato

Em nenhum outro processo eleitoral brasileiro, viu-se um volume tão grande de boatos e falsas notícias sendo disseminados - Getty Images
Em nenhum outro processo eleitoral brasileiro, viu-se um volume tão grande de boatos e falsas notícias sendo disseminados Imagem: Getty Images

Bruna Souza Cruz

Do UOL*, em São Paulo

18/10/2018 11h19

Recebeu uma mensagem no WhatsApp com alguma notícia que causou uma emoção muito forte como a raiva, repulsa, surpresa? Visualizou no Facebook uma notícia que tinha o título cheio de letras maiúsculas e com pontos de exclamação?

Os exemplos citados acima são algumas das estratégias usadas para tentar convencer internautas de que uma notícia totalmente falsa é verdadeira.

E vamos combinar que “não está sendo fácil” conseguir distinguir se o que recebemos é boato ou não, né? Os conteúdos estão cada vez mais complexos e, mesmo quando se trata de um boato, muitas vezes ele é bem escrito, bem construído e parece muito com a verdade.

Por aqui no Brasil a principal forma de disseminar as notícias falsas tem sido o WhatsApp, mas o Facebook também tem sua parcela de culpa. Tanto que nos últimos meses a empresa tem feito algumas mudanças para ajudar a combater o problema.

Veja também

Para ajudar nessa tarefa difícil, separamos abaixo algumas dicas de como nós podemos identificar se uma notícia é falsa:

Não compartilhe nada de imediato

Por mais verdadeiro que pareça a informação, evite compartilhar sem antes refletir sobre os itens abaixo.

Leia a notícia toda

Na correria do dia a dia muitas pessoas acabam passando o olho no título das notícias que recebem. O ideal é ler o conteúdo completo da informação com os cuidados a seguir.

Desconfie de coisas chamativas

Manchetes apelativas com títulos exagerados, frases com letras maiúsculas e com pontos de exclamação dão uma ideia alarmista para o conteúdo. Em geral, notícias feitas por veículos de comunicação não utilizam de recursos assim. Frases de impacto na manchete parecem inacreditáveis. Por isso, desconfie.  

Desconfie de “notícias emocionais”

Todos nós sabemos que existem notícias verdadeiras que nos causam repulsa, raiva, surpresa, alegria. No entanto, vivemos um momento perigoso com a propagação das notícias falsas. Os grupos que as criam utilizam em geral a estratégia de querer chocar e causar uma reação emocional muito forte em que recebe o conteúdo. Todo cuidado é pouco.

Desconfie de URL

Alguns boatos tentam “copiar” os endereços de sites de notícias que existem de verdade (como UOL, Folha de S. Paulo e de outros veículos de notícia) para parecerem verdadeiros. Observe as informações que aparecem no link. Na dúvida, abra o navegador de internet e entre direto no site de notícias para procurar se a informação que você recebeu aparece por lá.

Desconfie da fonte

Pesquisar nunca é demais. Recebeu uma notícia de um site, empresa, organização que não conhece bem? Coloque o nome dela em um buscador e veja as informações que aparecem sobre ela. Entre também no respectivo site oficial e vá na seção “Sobre”. Em geral, é lá que aparece a história e tudo o que ela faz.

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Desconfie de erros de português

Jornalistas de credibilidade também são suscetíveis a erros. Mas os sites de veículos de notícias costumam corrigir o erro e publicar erradas. Se receber/ler um conteúdo que tenha erros gramaticais, fique atento.

Desconfie de fotos e vídeos

Hoje em dia é muito fácil editar uma foto e manipular um vídeo. Vários programas gratuitos já fazem isso. As notícias falsas estão sendo aproveitando bem dessa facilidade. Outro ponto de atenção é em relação a fotos e vídeos fora do contexto original. Se o internauta recebe só uma parte do conteúdo, como ele vai distinguir se ele é real, exagerado ou totalmente manipulado? A dica é pesquisar o que recebeu com a ajuda de um buscador na internet.

Notícias fora de contexto

Muitas notícias falsas contem datas que não fazem sentido. Em alguns casos, elas até são manipuladas para parecerem verdade. Mais uma vez a dica é pesquisar as palavras-chave do conteúdo recebido no buscador de internet e ver as informações relacionadas que aparecem.

Pesquise as informações do texto/vídeo

Ao ler uma notícia é legal pesquisar os fatos citados dentro dela. A não ser que seja um furo de reportagem (quando um ou poucos veículos publicam uma matéria ligada uma denúncia, investigação ou entrevista exclusiva) os detalhes da notícia vão aparecer no resultado do buscador vindo de várias fontes diferentes. O mesmo vale para dados de pesquisas.

Questione quem encaminhou a mensagem

Recebeu uma notícia de um parente no WhatsApp? Viu que um amigo compartilhou uma notícia de um site que você não conhece? Pergunte para a pessoa de quem ela recebeu a informação, se ela confia nessa fonte e se ela chegou a verificar se a notícia era verdadeira.

Busque outras reportagens

Quando um assunto tem grande repercussão, ele aparece em publicações de vários veículos na imprensa. Procure nos sites e nos jornais que você mais gosta e veja se a informação que você leu/recebeu estão publicadas por lá.

Desconfie de áudios

Áudios são mais difíceis de serem desmentidos. mas existe um jeito de verificar se a informação que você ouviu tem chance de ser verdadeira. Tente resumir o que ouviu e procure tudo no Google ou em outro buscador. Dependendo dos resultados, você vai conseguir identificar se é falso.

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*Com BBC e Facebook