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Contra silêncio do Google, funcionários fazem marcha contra assédio sexual

Funcionários ficam do lado de fora dos escritórios do Google depois de sair como parte de um protesto global sobre questões do local de trabalho, em Londres, Inglaterra - Toby Melville/Reuters
Funcionários ficam do lado de fora dos escritórios do Google depois de sair como parte de um protesto global sobre questões do local de trabalho, em Londres, Inglaterra Imagem: Toby Melville/Reuters

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo *

01/11/2018 11h10

Mais de 1.500 funcionários do Google --a maioria mulheres-- planejam sair de quase duas dúzias de escritórios da empresa em todo o mundo nesta quinta-feira (1) para protestar contra as recentes denúncias de assédio sexual na empresa. Os organizadores chamam de "Google Walkout For Real Change" (Caminhada do Google por mudanças reais). 

A informação veio do jornal "The New York Times", o mesmo que na semana passada denunciou que o Google pagou milhões de dólares em indenizações de demissão para executivos acusados ​​de assédio e que ficaram em silêncio sobre suas transgressões.

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Entre eles estavam o criador do Android, Andy Rubin, que recebeu uma indenização por demissão no valor de US$ 90 milhões.

Sam Singer, porta-voz de Rubin, negou as acusações em um comunicado à AFP, dizendo que Rubin deixou a Google voluntariamente para lançar a Playground, empresa de capital de risco e incubadora de tecnologia.

A matriz da Google, Alphabet, confirmou nesta quarta-feira (31) que um executivo acusado de assédio sexual foi demitido sem indenização devido ao aumento da tensão sobre o manejo dessas questões na empresa.

A notícia de que Rich DeVaul, um dos diretores do Laboratório X - a unidade de pesquisa da Google -, havia deixado a companhia surgiu depois de relatos de que as funcionárias tentaram organizar um protesto para quinta-feira contra o manejo indulgente da conduta sexual no local de trabalho.

A Alphabet não quis dar detalhes sobre a saída de DeVaul da empresa na terça.

Funcionários do Google fora da sua sede europeia em Dublin, Irlanda - Niall Carson/AP - Niall Carson/AP
Funcionários do Google fora da sua sede europeia em Dublin, Irlanda
Imagem: Niall Carson/AP

O diretor executivo da Google, Sundar Pichai, enviou uma mensagem aos funcionários na terça-feira à noite e uma cópia desta foi postada no site de notícias de tecnologia Ars Technica.

Pichai sustenta que ouviu muitas funcionárias falarem sobre a questão da conduta inapropriada no trabalho e está "profundamente arrependido pelos atos passados e pela dor causada às trabalhadoras".

"Como diretor executivo, pessoalmente tem sido importante tomar uma linha muito mais dura sobre o comportamento inapropriado", assinalou Pichai na mensagem, reiterando que a Google havia demitido 48 funcionários nos últimos dois anos, incluindo 13 executivos de alto escalão, como resultado de acusações de assédio sexual.

Pichai se reuniu com funcionários da Google para discutir a questão desde que o "New York Times" publicou as denúncias de assédio.

Pessoas se reúnem ao lado do escritório do Google para participar do Google Walkout em Zurique, na Suíça, nesta foto obtida nas mídias sociais - Divulgação/Twitter @GOOGLEWALKOUT - Divulgação/Twitter @GOOGLEWALKOUT
Pessoas se reúnem ao lado do escritório do Google para participar do Google Walkout em Zurique, na Suíça, nesta foto obtida nas mídias sociais
Imagem: Divulgação/Twitter @GOOGLEWALKOUT

Questionada pela AFP e outros meios de comunicação sobre esta reação, a Google divulgou um e-mail enviado aos funcionários por Pichai indicando que nenhuma das pessoas que se demitiram ou foram demitidas devido a preocupações de assédio sexual nos últimos dois anos receberam "uma compensação de saída".

"Levamos muito a sério o fato de garantirmos um local de trabalho seguro e inclusivo", declarou Pichai no e-mail compartilhado na semana passada. "Queremos assegurar que analisamos todas as queixas sobre assédio sexual ou comportamento inadequado, investigamos e tomamos medidas".

* Com AFP

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