Topo

Zuckerberg se nega a participar de sabatina sobre fake news com o Brasil

Bruna Souza Cruz

Do UOL*, em São Paulo

25/11/2018 10h50

Em meio à polêmica sobre o uso do Facebook para a disseminação de notícias falsas, o fundador e executivo-chefe da rede social, Mark Zuckerberg, tem sido requisitado para dar explicações. Um dos convites mais recentes foi feito para que ele participasse de uma sabatina internacional com representantes de sete países - incluindo o Brasil.

No entanto, ele se recusou a ir. Nessa sexta-feira (23), Zuckerberg anunciou que o vice-presidente do Facebook, Richard Allan, representará a empresa em seu lugar na próxima terça-feira (27) durante o encontro com parlamentares em Londres. A audiência terá início às 14h30, no horário de Brasília.

Veja também

Os representantes do Brasil, Argentina, Canadá, Irlanda, Letônia, Reino Unido e Singapura desejam saber mais sobre as práticas do Facebook em relação ao grave problema das notícias falsas, principalmente em períodos eleitorais.

O representante brasileiro que acompanhará as explicações do Facebook será o deputado Alessandro Molon (PSB). O político foi relator do Marco Civil da Internet, aprovado pelo Senado em abril de 2014.

A eleição norte-americanas de 2016, que resultou em Donald Trump como presidente, é um dos principais alvos de desconfiança em relação ao impacto das notícias falsas no pleito eleitoral.

No Brasil a coisa foi um pouco diferente, mas nem por isso o Facebook deixou de ser usado. As notícias falsas durante o período eleitoral aumentaram significativamente. Entre julho e setembro deste ano, os brasileiros foram impactados por mais de 4,8 milhões de informações falsas

O WhatsApp foi a principal ferramenta usada para a desinformação. O Facebook veio logo em seguida.

A privacidade dos usuários também é outra questão que a empresa precisa responder ao mundo.

O escândalo Cambridge Analytica, que explodiu no início do ano, ainda atormenta o executivo e preocupa muita gente. 

Perfis psicológicos de 87 milhões de pessoas que usavam o Facebook foram usados indevidamente para propaganda eleitoral personalizada ? durante a eleição de Trump, e do Brexit.

Recentemente, cerca de 29 milhões de contas da rede social em todo o mundo tiveram as informações expostas em um ataque hacker

Realmente, 2018 não foi nada fácil para a empresa ? e nem para os seus usuários. 

Zuckerberg mais humilde

No último dia 15 de novembro, Mark Zuckerberg conversou com jornalistas de vários lugares do mundo em uma teleconferência ? que teve a participação do UOL Tecnologia.

Diferentemente de como havia se posicionando anteriormente, o executivo-chefe se mostrou humilde e mais ciente dos erros da empresa.

A estratégia agora do Facebook é tentar ser mais transparente. Segundo a empresa, eles querem apresentar medidas mais claras sobre o que estão fazendo para combater discurso de ódio, notícias falsas e bullying.

O Facebook informou que 1,5 bilhão de contas falsas, fontes de spam, desinformação e campanhas de informação coordenadas foram removidas nos últimos dois trimestres.

(Com informações da Agência de Notícias Ansa)