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Usa "Clean Master"? Empresa dona de app é acusada de fraude e uso de dados

Cuidado com apps que prometem limpeza no celular - Getty Images/iStockphoto
Cuidado com apps que prometem limpeza no celular Imagem: Getty Images/iStockphoto

Rodrigo Lara

Colaboração para o UOL

28/11/2018 16h23

Se você ainda busca razões para não usar um desses apps que prometem "limpar" o celular - e nós citamos alguns motivos neste texto -, agora você tem mais uma: a empresa por trás do Clean Master, um dos mais famosos apps do tipo, está envolvida em um esquema de fraude e utilização de dados de usuários sem a devida autorização.

O caso veio à tona por meio da Kochava Inc., uma empresa de análise de dados. De acordo com a investigação, as chinesas Cheetah Mobile - responsável pelo Clean Master - e Kika Tech teriam um esquema que visava maquiar dados de anúncios feitos em seus aplicativos.

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Basicamente, outras empresas compravam anúncios dentro dos apps da Cheetah Mobile e da Kika Tech, pagando um valor determinado por cada vez que o anúncio mostrado se converteu em um download e instalação.

A fraude consistia em inflar o número de instalações dos apps anunciantes, obtendo assim um pagamento maior do que deveria. Para isso, as duas empresas rastreavam a atividade do celular dos usuários de seus programas - isso sem pedir qualquer tipo de autorização - e contabilizavam downloads de apps de anunciantes mesmo quando a instalação não foi feita a partir de um anúncio.

O que impressiona é a proporção dessa fraude. Para termos uma ideia, o app mais famoso envolvido no esquema, o Clean Master, já contabiliza um bilhão de downloads.

Ao todo, oito apps das duas empresas foram flagrados em práticas fraudulentas. São eles:

  • Clean Master
  • Security Master
  • CM Launcher 3D
  • Battery Doctor
  • Cheetah Keyboard
  • CM Locker
  • CM File Manager
  • Kika Keyboard

Em entrevista ao Buzzfeed News - responsável pela reportagem inicial sobre o caso -, representantes de Cheetah e Kika disseram desconhecer esse tipo de atividade em seus aplicativos.

Enquanto a Cheetah atribuiu o problema à interferência externa, seja devido a kits de desenvolvimento de software de terceiros usados por empresas de anúncios, que supostamente fariam com que os apps da Cheetah tivessem o comportamento criminoso. A questão é que a Kochava apontou que, no caso dos apps da desenvolvedora chinesa, ela própria era a responsável por criar os softwares que controlavam anúncios em seus aplicativos.

Já a Kika Tech afirmou não ter "intenções de se envolver com atividades fraudulentas". Por ora, o Google afirma investigar o caso para tomar as devidas ações.

Em todo caso, se você tiver algum desses apps instalados em seu smartphone, a recomendação é que eles sejam removidos.