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Apple e Foxconn vão rachar custos de melhoria em fábricas

 Terry Gou, presidente da Foxconn, participa de cerimônia de início da construção de sede da empresa em Shangai, na China. Com esta unidade, a companhia -- considerada uma das maiores fábricas de eletrônicos de consumo -- esperar vender mais aparelhos no mercado  - AP
Terry Gou, presidente da Foxconn, participa de cerimônia de início da construção de sede da empresa em Shangai, na China. Com esta unidade, a companhia -- considerada uma das maiores fábricas de eletrônicos de consumo -- esperar vender mais aparelhos no mercado Imagem: AP

John Ruwitch

Em Xangai

10/05/2012 11h22

 A Apple e a Foxconn, sua principal fornecedora, vão rachar os custos iniciais da melhora das condições de trabalho em fábricas chinesas que montam iPhones e iPads, declarou na quinta-feira o presidente do Foxconn Technology Group.

Terry Gou, o chefe da Foxconn, não ofereceu estimativa quanto ao custo, mas sua empresa vem investindo pesadamente para combater a percepção de que suas imensas fábricas na China são lugares de exploração, com condições precárias de trabalho para o milhão de operários que a companhia emprega. Na interpretação da Foxconn, as críticas são injustas.

"Descobrimos que isso (melhorar as condições das fábricas) não é um custo, mas uma vantagem competitiva", disse Gou a jornalistas na quinta-feira, depois da cerimônia de início da construção de uma nova sede para as operações chinesas da companhia, em Xangai.

"Creio que a Apple, como nós, veja esse aspecto como vantagem competitiva, e por isso racharemos os custos iniciais", acrescentou.

Não se sabe se a divisão dos custos será meio a meio ou envolverá diferentes percentuais.

A Foxconn anunciou na metade de fevereiro um aumento de entre 16 por cento e 25 por cento nos salários dos operários, e no final de março chegou a acordo com a Apple para contratar dezenas de milhares de novos trabalhadores a fim de reduzir as horas extras.

Os analistas atribuíram os resultados inferiores aos esperados da Hon Hai Precision Industry, a controladora da Foxconn, no primeiro trimestre, basicamente à alta nos salários.

A Hon Hai vinha tentando cortar seus custos de mão-de-obra na China pelos últimos dois ou três anos, e transferindo fábricas a regiões dos país nas quais o custo do trabalho é mais baixo.

A produção da Foxconn na China se concentrará nos consumidores internos desse mercado de 1,3 bilhão de pessoas, bem como na pesquisa e desenvolvimento de tecnologia e em vendas e serviços, segundo Gou.

Nos dois últimos anos, houve uma série de suicídios de trabalhadores nas grandes fábricas da Foxconn, que fabricam os produtos da Apple e aparelhos para outras grandes marcas, como Microsoft e Nintendo.

A Apple e a Foxconn fecharam acordo alguns meses atrás para melhorar as condições de trabalho dos operários que montam aparelhos para a companhia norte-americana.