Topo

Após Apple, Samsung fará inspeção trabalhista em 250 fornecedores chineses

Consumidor espera produto em central de serviços da Samsung em Kuala Lumpur (Malásia) - Bazuki Muhammad/Reuters
Consumidor espera produto em central de serviços da Samsung em Kuala Lumpur (Malásia) Imagem: Bazuki Muhammad/Reuters

Miyoung Kim

Em Seul

03/09/2012 11h14

A Samsung Electronics disse nesta segunda-feira que vai inspecionar 250 fabricantes chinesas terceirizadas para garantir que não há nenhum desrespeito às leis trabalhistas, após um grupo norte-americano ter acusado uma das fornecedoras de usar trabalho infantil.

A fabricante sul-coreana afirmou que a auditoria em uma fábrica da HEG Electronics na cidade chinesa de Huizhou não encontrou operários abaixo da idade permitida.

A China Labor Watch, com sede em Nova York, denunciou no mês passado que sete crianças com menos de 16 anos trabalhavam na fábrica que fornece telefones e DVDs para a Samsung.

A Samsung, no entanto, admitiu que os inspetores identificaram vários exemplos de má gestão e práticas potencialmente perigosas, como horas extras além do que a regulação local permite, medidas de segurança insuficientes e multas por atrasos ou faltas.

"A Samsung exigiu à HEG que imediatamente melhorasse as condições de trabalho (...). Se a HEG não atender à política de tolerância zero da Samsung sobre trabalho infantil, o contrato será imediatamente rescindido", segundo comunicado.

A sul-coreana disse que até o fim de setembro fará inspeções em todas as 105 companhias na China que fornecem produtos só para ela e que até o fim do ano analisará, via relatórios, as outras 144 terceirizadas que atendem também a outras companhias.

No começo do ano vieram à tona acusações de que a montagem de produtos da Apple na China tinha uma série de irregularidades trabalhistas, como muitas horas de trabalho.

A Apple e sua principal fornecedora Foxconn em seguida aceitaram investigar violações de direitos entre os 1,2 milhão de trabalhadores que montam iPhone e iPad na China. Essa decisão pode mudar a maneira como companhias ocidentais fazem negócio no país.