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Índia eleva imposto sobre importação de celulares; medida impactará Apple

15/12/2017 17h14

Por Manoj Kumar e Aditya Kalra

NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia aumentou o imposto de importação em dezenas de produtos eletrônicos, como telefones celulares e aparelhos de televisão, disse um comunicado do governo, para ajudar a reduzir a oferta do exterior e fortalecer a indústria doméstica.

O aumento do imposto de 10 para 15 por cento nos dispositivos fará com que as importações de celulares - incluindo a maioria dos modelos de iPhone da Apple - sejam mais caras no momento em que o crescimento da receita da empresa está diminuindo no mercado de smartphones indiano, avaliado em 10 bilhões de dólares.

O primeiro-ministro Narendra Modi lançou o programa Faça-na-Índia, para expandir a base industrial doméstica, e uma das áreas que está apresentando sucesso é o setor de eletrônicos.

Pankaj Mohindroo, presidente da Indian Cellular Association, disse nesta sexta-feira que o aumento de impostos impulsionará os fabricantes nacionais que estão produzindo cerca de 500 milhões de celulares por ano, mais que o dobro da produção há três anos.

Tarun Pathak, diretor associado da Counterpoint Research, disse que a nova tributação, anunciada na quinta-feira, afetará as empresas de telefonia móvel fortemente dependentes das importações.

"Isso impactará mais a Apple, já que a empresa importa 88 por cento de seus dispositivos para a Índia", afirmou. "Ou isso levará a um aumento nos preços do iPhone ou forçará a Apple a começar a montar mais na Índia".

Além dos celulares, o governo também aumentou o imposto de importação de câmeras de vídeo de 10 para 15 por cento e dobrou a tributação sobre televisores, para 20 por cento, segundo o comunicado.

As importações de bens da Índia nos sete meses que terminaram em outubro aumentaram 22 por cento para 256,4 bilhões de dólares em relação ao ano anterior, levantando preocupações entre legisladores.

(US$1= 64,1250 rúpias indianas)

(Por Manoj Kumar e Aditya Kalra)

((Tradução Redação São Paulo; +55 11 56447745))

REUTERS TH