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#DeleteFacebook? É difícil de proteger a privacidade online

23/03/2018 19h10

Por Douglas Busvine

FRANKFURT (Reuters) - Qualquer um que se sinta tentado a usar o #DeleteFacebook depois que os dados pessoais de milhões de usuários caíram nas mãos de uma consultoria política ainda será monitorado pela rede social, que controla quase 30 por cento do tráfego global do site.

E o Google, sob vários aspectos, mostra 64 por cento de toda a navegação na web em todo o mundo, segundo um estudo recente de 200 mil usuários alemães feito pela Cliqz, usando o produto anti-rastreamento Ghostery.

Nem o Facebook nem o Google responderam a emails se consideram a pesquisa da Cliqz como representativa.

Um estudo maior de rastreadores da Web feito por pesquisadores da Universidade de Princeton, em 2016, produziu resultados semelhantes, com o Google Analytics e outros rastreadores do Google ocupando os cinco primeiros lugares, seguidos pelo Facebook.

A Cliqz, controlada pela editora alemã Hubert Burda Media e apoiada pela Mozilla, criadora do navegador Firefox, é uma das várias startups que prometem proteger os dados pessoais.

"Evitamos que empresas como esta espionem você", disse o presidente-executivo da empresa, Marc Al-Hames, à Reuters.

De navegadores privados como o Cliqz a anti-trackers e bloqueadores de anúncios, essas empresas buscam proteger os usuários contra invasões. Os principais provedores na Europa também estão tentando se diferenciar, reforçando a privacidade.

"Toda vez que há um escândalo como esse nas empresas americanas, isso aumenta nossos negócios", disse Ralph Dommermuth, fundador e presidente-executivo da United Internet, da Alemanha à Reuters. A empresa oferece serviços de email criptografados, hospedados na Alemanha sob suas rígidas leis de privacidade, e não vende dados de usuários.

A United Internet e outros formaram recentemente uma 'Aliança de Login' oferecendo uma maneira única e segura para seus 50 milhões de usuários darem seu consentimento em conformidade com as novas regras de privacidade da União Europeia que entram em vigor em maio.

Isso contrasta com o uso desenfreado no passado do Facebook por empresas para tocar dados pessoais.

(Por Douglas Busvine)