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Austrália se prepara para barrar projeto 5G da Huawei por preocupações com segurança

11/07/2018 18h11

Por Colin Packham

SYDNEY (Reuters) - A Austrália está se preparando para proibir a Huawei de fornecer equipamentos para a rede de banda larga 5G, depois que suas agências de inteligência manifestaram preocupação de que Pequim possa forçar a empresa chinesa a entregar dados confidenciais, disseram duas fontes.

As agências de inteligência ocidentais há anos levantam preocupações sobre os laços da Huawei com o governo chinês e a possibilidade de que seus equipamentos possam ser usados ​​para espionagem. Mas nunca houve qualquer evidência pública para apoiar essas suspeitas.

A Huawei, maior fabricante mundial de equipamentos de rede de telecomunicações e terceira maior fornecedora de celulares, prometeu que Camberra terá supervisão completa dos equipamentos de rede 5G, que podem incluir estações de base, torres e equipamentos de transmissão de rádio.

Esse tipo de modelo de supervisão foi aceito por outros países, como o Reino Unido, onde um laboratório especial com funcionários da inteligência do governo analisa todos os produtos da Huawei.

Outros países ocidentais, incluindo a Nova Zelândia, o Canadá e a Alemanha, também dizem ter garantias suficientes para afirmar que os equipamentos da Huawei não contêm "portas dos fundos" ou outros mecanismos para monitorar ou coletar informações secretamente.

Mas as agências de inteligência australianas disseram aos parlamentares que a supervisão não vai aliviar suas preocupações, disseram à Reuters duas fontes políticas que foram informadas sobre o assunto.

A decisão de banir a Huawei na Austrália acontece com o aumento das tensões sobre o crescente poder e as ambições da China na região.

As agências de inteligência da Austrália temem que, se as operadoras de telefonia móvel confiarem nos equipamentos da Huawei, a empresa chinesa possa desenvolver um meio de coletar dados ou mesmo prejudicar a estabilidade da rede. A lei chinesa exige que as organizações e os cidadãos apoiem, ajudem e cooperem com o trabalho de inteligência.

O presidente da Huawei Australia, John Lord, disse que a lei não se aplica a operações fora da China.

(Por Colin Packham)