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Telecom Italia tem novo presidente-executivo mas briga de poder continua

19/11/2018 14h04

MILÃO (Reuters) - A nomeação de Luigi Gubitosi como presidente-executivo da Telecom Italia levou as ações da empresa a subirem mais de 4 por cento nesta segunda-feira, com os investidores apostando que o veterano executivo italiano poderá promover uma agressiva mudança no maior grupo de telefonia da Itália.

No entanto, a mudança não colocou fim à disputa na Telecom Italia entre o investidor ativista Elliott e o grupo de mídia francês Vivendi, que continua sendo o maior acionista e votou contra Gubitosi.

Ex-chefe do grupo de telecomunicações Wind e agora comissário estadual da companhia aérea Alitalia, Gubitosi sucede a Amos Genish, o terceiro presidente-executivo da TIM a deixar a empresa em anos, que foi inesperadamente demitido na terça-feira por causa de desentendimentos com membros da diretoria sobre a estratégia.

As ações da Telecom Italia subiam 3,76 por cento às 13:40 (horário de Brasília), ante alta de 0,61 por cento no índice de telecomunicações da Europa. A companhia controla no Brasil, a operadora de telefonia móvel TIM, cujas ações recuavam 0,6 por cento.

"A saída de Genish e a nomeação de Gubitosi acrescentam apelo especulativo, mas também incerteza estratégica e de governança", disse Banca Akros em nota.

Gubitosi foi nomeado para o conselho da Telecom Italia após um golpe no conselho em maio, no qual Elliot tomou o controle da Vivendi.

Espera-se que o ex-banqueiro do Merrill Lynch busque a agenda ativista proposta por Elliott, que incluiu o desmembramento da infraestrutura de rede da Telecom Italia e sua fusão com a Open Fiber, rival menor na área de banda larga, e a venda de ativos.

No entanto, Genish, que estava seguindo um plano de recuperação de três anos, continua no conselho e está determinado a não desistir sem lutar.

Ele disse no domingo que procuraria convocar uma reunião de acionistas para que os investidores decidam sobre a drástica mudança de estratégia da companhia.

A Vivendi votou contra Gubitosi, disse um porta-voz do investidor francês, acrescentando que caberá aos acionistas decidir qual é o conselho certo para implantar a estratégia futura para a empresa.

(Por Agnieszka Flak)