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13/03/2009 - 14h44

Vitor Fasano: "Sou uma pessoa viajada, mas como o fake coloca é 'vain'"

LUIZ FUKUSHIRO | Do UOL Tecnologia
Diariamente na novela Caminho das Índias, o ator global Vitor Fasano conseguiu fama não só pela sua atuação na telinha, mas também no mundo virtual: alguém se passando por ele na rede social Twitter posta diariamente sobre o que seria a vida do ator. Mas o que será que o verdadeiro e original Vitor Fasano acha disso tudo? O UOL Tecnologia bateu um papo com o ator, que revelou não ser viciado em internet, ser realmente sofisticado, mas que prefere contemplar as coisas da natureza.

Confira entrevista com o Vitor Fasano fake

UOL Tecnologia — O que você acha de alguém se passando por você no Twitter?
Vitor Fasano — Olha, eu não tenho tempo de ficar na internet, mas eu vi algumas vezes e não vi nada demais. Foi uma repórter que me falou que a tal pessoa estava falando mal dos meus companheiros de trabalho com os quais eu estou gravando, o que eu achei desagradável. Então a Globo ficou de resolver, de tirar do ar, mas eu não sei se eles conseguem isso. Na internet é tão complicado de agir, as leis são meio frouxas.

UOL Tecnologia — Mas por que tirar do ar?
Vitor Fasano — Tem gente que pode achar que não é brincadeira e pode ficar chato. As pessoas vêm me falar sobre isso, embora alguns gostem, achem engraçado, que é um cara espirituoso, outros não.

UOL Tecnologia — E você, se incomoda?
Vitor Fasano — Sim, me incomoda, acho meio estranho a pessoa usar uma outra dizendo o que ela deve pensar e mandar brasa. E também acho estranho querer viver a vida de outra pessoa e gastar tanto do seu tempo pensando como é vida de outra. Eu sou tão ocupado que com a minha falta de tempo será que eu teria tempo de pensar em como outra pessoa reagiria? O cara deve ter muito tempo, para viver em função de uma outra pessoa. Eu acho impraticável. Tem muita coisa pra fazer na minha vida, não dá pra ficar pensando. De um lado eu entendo, porque a internet tem um pouco disso. Mas induzir a acreditar que o que eu diria ali é verdade é desagradável, não é muito simpático.

UOL Tecnologia — Você não tem vontade de twittar, de blogar?
Vitor Fasano — Estou começando um blog, sobre defesa da Amazônia, Cristiane Torloni e eu, mas ainda não sabemos o que fazer. Eu sou um observador da natureza, quero falar o que eu observo, se está um dia bonito, se a lua está cheia, o que eu estou vivendo na hora em relação ao mundo. Já o Twitter é contar sua vida a cada momento, eu não tenho esse tempo para ficar na internet. Nem paciência — eu sou de uma geração não muito ligada à internet. Eu reconheço a importância da internet, mas não sou um viciado. Não sei se eu teria vontade.

UOL Tecnologia — Se você encontrasse o fake, como seria?
Vitor Fasano — Seria engraçado ver a cara dele, como ela é, o que essa pessoa pensa, de onde ela tira tudo isso sobre mim.

UOL Tecnologia — Ele diz que você é uma pessoa que curte a vida e que tem prazeres caros. Até que ponto isso é verdade?
Vitor Fasano — A maneira como ele utiliza isso é um pouco arrogante. Uma coisa é você ter vivido em contato com várias coisas do mundo, mas não sou uma pessoa que liga para marcas de roupa, essas coisas. Sou uma pessoa viajada, viajei o mundo inteiro por causa de trabalho. Uma certa sofisticação em relação ao conhecimento dos costumes, o que é bom o que é ruim, o que é agradável ou não, eu conheço. Mas da maneira como ele coloca é meio fútil. Você pode apreciar as coisas boas da vida, se você aprendeu a degustar uma comida, experimentar um vinho, locais, viagens. É uma coisa que você adquire com o tempo. Mas da maneira que ele coloca, é uma coisa "vain", exacerbada. O conhecimento não pode ser usado para a vaidade, mas para o bem e para a compreensão de você com o mundo.

UOL Tecnologia — Se você tivesse tempo para twittar, o que você twittaria?
Vitor Fasano — Coisas mais simples: se eu estou em casa, levanto e vou até a garagem e vejo uma coisa interessante. Como outro dia, quando uma flor que deu numa árvore que eu plantei ha dez anos, que eu consegui na Amazônia. Seria uma coisa muito mais em relação ao ambiente, um conhecimento sobre a natureza e também a contemplação que as pessoas não têm. Foi como uma lua cheia há dois dias atrás. É um evento importantíssimo, eu pressinto a chegada e gasto um tempo admirando. Tem gente que não percebe isso. Enquanto há quem fica 10 horas por dia na internet, eu passaria essas 10 horas olhando para uma cachoeira. Cada um faz o que lhe dá prazer. Talvez o que eu escrevesse não seria interessante para essas pessoas que seguem o atual, acabaria atraindo outro público.

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