Por Richard Baum
NOVA YORK (Reuters) - Um colega que acabo de conhecer no trabalho me convidou para sua lista de amigos no Facebook. Não quero ofender, mas tampouco quero exibir minhas fotos de casa e placares horríveis no jogo de palavras cruzadas a alguém que mal conheço.
"Posso ser seu amigo?" é frase que talvez ajude a quebrar o gelo entre crianças pequenas, mas não é pergunta que se costume ouvir com frequência entre adultos.
Amizade, no sentido comumente entendido, é um relacionamento que evolui por meio de interesses compartilhados, experiências comuns e uma necessidade primordial de pedir emprestada a furadeira do vizinho.
No entanto, para muita gente o Facebook permite um retorno à simplicidade da vida na escola.
Em lugar de convidar alguém para ser amigo de Facebook apenas depois de fazer amizade real, muitos de nós usam o serviço como um atalho para o trabalhoso processo de construir um relacionamento.
Por que perder tempo perguntando a alguém que você acaba de conhecer sobre sua família, interesses e capacidades profissionais quando se pode simplesmente enviar um convite e ler as respostas no Facebook? E por isso pouco nos preocupamos ao receber convites como esses de alguém que, por exemplo, tenhamos conhecido em um jantar.
Mas a dinâmica é diferente para os colegas de trabalho. Ofender um colega a quem vemos todo dia com a recusa de um convite de Facebook é mais complicado do que evitar o convite de alguém a quem vimos apenas uma vez.
É claro que muita gente não vê problemas em aceitar convites de colegas; mas, para quem prefere manter a vida privada e a profissional separadas, há outras opções além de rejeitar abertamente o convite.
Pode-se, por exemplo, aceitá-lo, mas limitar o que o novo "amigo" pode ler em seu perfil; basta criar uma lista de "colegas" no Facebook e adicionar o nome de seu novo amigo a ela; depois, altere a seção "informações de perfil" e controle as informações fornecidas aos integrantes da lista de colegas.
Barbara Pachter, especialista em etiqueta no trabalho, diz que outra alternativa é propor conexão via LinkedIn, uma rede social para relacionamentos profissionais.
Ela enfatiza que é importante não ofender o colega, e não apenas por polidez. "A pessoa que você ofende poderia se tornar seu chefe um dia", diz.