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Sony Tablet impressiona pelo design curvilíneo, mas desempenho e praticidade deixam a desejar

Ana Ikeda

Do UOL, em São Paulo

12/06/2012 06h00

Um dos tablets mais diferentes em termos de design à venda no Brasil, o Sony Tablet de cara atrai olhares curiosos para seu corpo “curvilíneo”, tal qual uma "miss". Porém, apenas suas curvas caprichadas não são capazes de sustentar a atração pelo tablet, que falha em pequenos detalhes justamente no design e também no desempenho.

O Sony Tablet, também conhecido como Tablet S, traz um design descrito pela fabricante como “suave e inteligente”. Primeiro, porque o ultraportátil é bem leve, pesando cerca de 600g. Segundo, porque ele tem um dos lados mais alto (cerca de 2 cm), que vai afinando até a borda oposta (que mede 1 cm). De fato, essa “lombada” oferece conforto bem maior ao seguramos o tablet quando comparado a um Novo iPad ou outros tablets concorrentes, “quadradões”.

Mas o conforto na “pegada” não acompanha a praticidade. Por exemplo: quando jogamos Real Football 2012, a posição dos botões de controle do game faz com que as mãos tapem quase que por completo as duas saídas de áudio, uma em cada lado do tablet. Esse é o exemplo de um jogo, mas em outras situações, quase sempre uma das mãos fica obstruindo a saída de som quando usamos o tablet no modo paisagem.

Outro ponto que não agradou no design foi a posição do botão de liga/desliga, que fica na borda superior da parte mais grossa do tablet, posição pouco “natural” para a maioria dos ultraportáteis. Além disso, o compartimento do cartão SD e micro USB é duro de abrir (a dificuldade é maior, digamos, para mulheres: facilmente você vai lascar o esmalte).

Até aqui, listamos detalhes que para alguns usuários menos exigentes passariam despercebidos e não são cruciais.  No entanto, o Sony Tablet deixou (um pouco) a desejar também no desempenho. Mesmo com um processador dual core Tegra 2 de 1 GHz e sistema Ice Cream Sandwich, o Android mais atual do Google, alguns aplicativos travam e fecham repentinamente (o navegador de internet, que é um dos apps mais simples para rodar, foi um deles) ou simplesmente demoram. O software da câmera, por exemplo, apresentou uma intervalo de alguns segundos entre o apertar do disparador e o registro da foto.

Já softwares mais pesados, como o já mencionado Real Football 2012, demoram a abrir (embora depois disso, o jogo tenha funcionado normalmente). No desempenho gráfico, outro engasgo: ao rolar uma página web, as imagens não ficam contínuas e “piscam” levemente, o que não é observado em tablets concorrentes "top de linha". 

Além das curvas

Não é só pelo design diferente que o Sony Tablet quer “impressionar” seus usuários. O ultraportátil traz alguns “mimos”, recursos exclusivos que buscam diferenciá-lo em um mercado dominado por Apple e Samsung.

Entre eles, há um programa nativo que transforma o Sony Tablet em controle remoto universal. Universal mesmo: dá para controlar desde a televisão (testamos e funcionou) a até um aparelho de ar-condicionado (segundo a fabricante). Calibrá-lo é fácil: há um passo a passo no próprio aplicativo que indica como configurar o controle remoto para cada aparelho.

O tablet também traz vantagens para quem já possui dispositivos da Sony. Uma delas é a tecnologia Sony Link: ela dispensa conexão com a internet e, com um toque na tela, “transmite” fotos, vídeos, música do tablet para smartphone, notebook ou TV da fabricante. Combinado com alto-falantes da marca, o tablet pode comandar os dispositivos à distância, tocando músicas diferentes em intensidades de som diferentes pelo aplicativo Music Player.

Fãs do Playstation têm no Sony Tablet acesso direto à loja da rede, além de jogos pré-instalados (Crash Bandicoot e Pinball Heroes) e possibilidade de conexão do Dual Shock 3 ao tablet.

No Brasil, o Sony Tablet vem com tela de 9,4 polegadas, 32 GB de armazenamento, conectividade Wi-Fi e câmera traseira de 5.1 megapixels (e frontal VGA). O tablet é vendido por R$ 1.649 – R$ 100 mais caro que o novo iPad (no modelo mais simples, de 16 GB) e R$ 50 mais caro que o Galaxy Tab 10.1 (no modelo mais simples, de 16 GB).