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Criador do antivírus McAfee vende direitos para empresa fazer filme sobre sua vida

Fundador da McAfee faz videoconferência em prisão e diz não ter relação com assassinato - Moises Castillo/AP
Fundador da McAfee faz videoconferência em prisão e diz não ter relação com assassinato Imagem: Moises Castillo/AP

Do UOL, em São Paulo

11/12/2012 11h12

O caso de John McAfee, fundador da empresa de antivírus que leva o seu sobrenome, mal teve um desfecho e ele já vendeu os direitos para que uma produtora canadense possa fazer um filme ou uma série sobre ele. Atualmente, McAfee está preso na Guatemala por ter entrado no país sem autorização.

A produtora chamada Impact Future Media informou em comunicado à imprensa nesta segunda-feira que adquiriu com exclusividade e que o projeto do filme já tem até nome: “Running in the Background: The True Story of John McAfee” (Algo como: “Rodando em segundo plano: A verdadeira história de John McAfee”).

Preso na Guatemala, após ser considerado foragido pelo suposto assassinato de seu vizinho , McAfee informou que se sentiu lisonjeado pelo estúdio ter comprado os direitos sobre sua história. “A dedicação deles à verdade é muito incomum atualmente. Eu estou agora e sempre serei grato ao estúdio”, disse McAfee em comunicado enviado à imprensa pelo estúdio canadense.

John McAfee foi preso na última quarta-feira (5) pela polícia da Guatemala por cruzar a fronteira do país sem autorização com sua namorada. O empresário norte-americano é procurado da polícia do Belize, por ser suspeito em um crime de assassinato do seu vizinho, achado morto no dia 12 de novembro.

Após ser preso, McAfee tem pedido asilo às autoridades da Guatemala. A razão para o “refúgio” é que ele se diz perseguido pelas autoridades do Belize de forma injusta. Além disso, o empresário disse que quer voltar aos Estados Unidos.

Entenda o caso

O fundador da empresa de antivírus (que foi vendida para a Intel em 2010) fugiu no dia 11 de novembro, depois que seu vizinho Gregory Faull, 52, foi encontrado morto na ilha de Ambergris Caye, em Belize -- ele mora no local desde 2008. Faull foi morto com um tiro na cabeça e, ao lado do corpo, havia uma cápsula de revólver 9 mm.

McAfee escapou quando viu a polícia chegando a sua casa: ele teria se enterrado na areia, com uma caixa sobre a cabeça para poder respirar. "Foi extremamente desconfortável. Mas eles me matarão se me encontrarem", afirmou.

Segundo a revista "Wired", os dois vizinhos haviam entrado em conflito por causa dos cachorros que McAfee tinha em sua casa. Faull se queixava dos animais e fez uma reclamação formal na semana passada. McAfee diz que os cachorros foram envenenados na sexta-feira anterior à morte de seu vizinho.

O empresário afirma não acreditar que Faull tenha matado seus animais. McAfee culpa pelo suposto envenenamento as autoridades de Belize, com quem está em confronto há alguns meses. "Não é algo que ele [Faull] faria. Ele era uma pessoa brava, mas jamais machucaria um cachorro." Dessas acusações contra o governo vêm as afirmações das autoridades, de que o norte-americano seria maluco e paranoico.

McAfee afirmou estar preocupado, acreditando que quem matou Faull estaria na verdade atrás dele. "Eles se enganaram, entraram na casa errada. Ele está morto, matarem ele. Isso me assustou." Em entrevista por e-mail à agência de notícias Associated Press, McAfee escreveu: "Suspeito ou não, acho que o governo me quer fora de seu caminho. Muitas pessoas já morreram quando estavam sob custódia [preso por autoridades para averiguações] neste país, então não ficarei sob custódia deles".

Marco Vidal, responsável pela unidade de combate ao crime organizado de Belize, afirmou à revista "Wired" que McAfee é o "principal suspeito" do crime. Em abril, essa mesma unidade fez uma busca na casa de McAfee após acusá-lo de produção de metanfetamina e posse irregular de armas. As acusações foram retiradas, mas ele disse acreditar que o governo ainda está contra ele.

A morte dos cachorros, afirmou o empresário à "Wired", foi apenas mais uma tentativa de fazê-lo deixar o país (ele não explica o motivo pelo qual as autoridades belizenhas querem isso). "Você pode dizer que sou paranoico, mas eles vão me matar. Não há dúvidas. Há meses eles tentam me matar. Querem me silenciar. Não sou querido pelo primeiro ministro, sou uma pedra no caminho de todos."