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Levanta! Mulher usa app de entrega para acordar amigo atrasado para casório

Helton Simões Gomes

Do UOL, em São Paulo

02/10/2018 12h23

Quem nunca? Você bebe demais, não acorda para um compromisso importante e seus amigos fazem de tudo para tirar você da cama. Aconteceu com o administrador de empresas Lucas Scarfon, de 26 anos. Só que o compromisso em questão era um casamento.

Depois de ligar inúmeras vezes, uma amiga encontrou uma solução: mandou até lá um entregador do Rappi, um serviço acionado pelo celular que funciona como uma espécie de "Uber das entregas".

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O caso ocorreu na manhã deste sábado (29) em um bairro da zona sul de São Paulo. Scarfon conta que saiu na sexta e só voltou para casa bêbado às 10h do dia seguinte. Ainda que soubesse que o casamento seria às 13h, ele teve a brilhante ideia de tirar um cochilo. Só que a soneca virou sono. E sono profundo.

Rappi  - Reprodução - Reprodução
A amiga Paula , o entregador Claudivan e o amigo Lucas
Imagem: Reprodução

Pouco antes da hora marcada, amigos já haviam ligado dezenas de vezes. Nenhum sinal de vida. Paula Serafino estava na mesma balada com Scarfon, mas não ficou tão mal quanto ele. Ela liderava o grupo que tentava tirar o rapaz da cama. Quando notou que não conseguiria, fechou o aplicativo do telefone e abriu o de entregas.

Acionou um entregador, a quem deu a seguinte missão: ir até o apartamento do amigo desacordado e interfonar até que ele acordasse. Se preciso fosse, que acionasse o porteiro para ir bater na porta de Scarfon. E, como a lista de pedidos já não fosse muito insólita, Serafino ainda solicitou que tudo fosse devidamente filmado.

O encarregado da missão foi Claudivan, que mandou bem. À sua maneira, foi narrando a história que ouviu enquanto percorria de bicicleta o trajeto até a casa de Scarfon. Gravou ainda a conversa que teve com o porteiro, inclusive a parte em que explicava sobre o que era o serviço que prestava.

No fim das contas, Claudivan salvou o dia e conseguiu acordar Scarfon, 40 minutos depois do horário marcado para o casamento começar.

"Foi um milagre", diz Scarfon, para emendar em seguida que o milagre nem foi tão milagre assim.

Eu não ouvi o celular, porque larguei ele na sala. Já o interfone da minha casa toca alto. Parece uma criança de dois anos gritando

Ele até tirou sarro de Claudivan que, apesar de ter feito o serviço com maestria, parece não ter entendido a história direito. "Ele entendeu errado. Ficou achando que o casamento era nosso, meu e da Paulinha. Foi até bom pensar isso, porque ele fez todo um esforço para me acordar."

Scarfon faz questão de ressaltar que Serafino é só uma "amigaça", que sabe onde seu calo aperta. "Ela sabe que eu tenho problema para acordar cedo depois de sair para beber", diz.

O casamento, na verdade, era de outra grande amiga dele, dos tempos de faculdade. Scarfon conta que tomou o banho mais rápido de sua vida e chegou ao local do evento em vinte minutos. Recebeu uma ajudinha básica das duas noivas, que atrasaram pouco mais de uma hora para chegar. Mas foi só ele sentar em uma das mesas reservadas para convidados, e as duas entraram para a cerimônia começar.

"Seria imperdoável eu não ter ido. Ainda bem que elas estavam muito atrasadas?, diz, aliviado. ?Mas, ainda assim, consegui chegar antes da Paulinha", debocha da amiga.

O Rappi informou ao UOL Tecnologia que, apesar de o pedido ter sido esquisito, não foi o mais estranho recebido pela companhia no Brasil. O app concorrente, o Glovo, também diz que já atendeu a inúmeros pedidos inusitados

Já teve gente que ficou preso dentro de casa e acionou um entregador para ir buscar a chave e trazê-la de volta, por exemplo.

Para quem não conhece, o Rappi e o Glovo são serviços personalizados de entregas. É possível pedir para entregar comida ou definir as várias paradas que o entregador fará pelo caminho ? na farmácia, no banco ou no supermercado, por exemplo.

Os caminhos de Scarfon com um entregador de app podem vir a se cruzar novamente. Como ele sabe que essa pode não ser a última vez que dormiu no ponto, o rapaz dá uma dica aos amigos: "O bom é que agora as pessoas já sabem o que fazer se precisar me acordar."