Comprar um notebook não é investimento. Ao tirá-lo de uma loja, o modelo deprecia em quase 4% de seu valor. Em seis meses, ele pode valer até 20% menos. A partir de um ano de fabricação, 40% menos, segundo dados da Porto Seguro Seguros e Luma Seguros. Além disso, com a avalanche de produtos que chegam às prateleiras todos os dias, uma máquina hoje considerada topo de linha (e topo de preço), amanhã terá seu preço diminuído, para dar espaço a outra mais potente e com preço não tão mais alto.
Diante desse cenário – ou da falta de grana – , muitos consumidores optam por investir pouco na hora de comprar seus computadores portáteis. De olho nesse público, o UOL Tecnologia testou notebooks “bons e baratos”, das principais fabricantes que atuam no Brasil: participaram da avaliação quatro laptops de entrada, que custam até R$ 1.600, com tela entre 11 e 14 polegadas. Os modelos avaliados foram (prepare-se para a sopa de letrinhas) o Asus K40IJ, Acer Aspire 1410, LG R460 e o MSI CR 400.
Pesado e quadradão, o Asus K40IJ, com preço a partir de R$ 1.499, destacou-se pelo seu apelo multimídia. A tela de LED de 14 polegadas, que mostra excelente contraste e saturação nas cores, é outro chamariz. Já o leve e bonito Acer Aspire 1410 é uma espécie de netbook (tem tela de 11 polegadas) com preço de notebook (R$ 1.499). Ele tem excelência no quesito portabilidade, mas peca justamente em seu valor e no tamanho da tela. Quando o usuário resolve ver filmes nele, por exemplo, tem de apertar os olhos para ler as legendas.
LG R460 e MSI CR 400 – assim como seu amigo Asus K40IJ – são dois trambolhos. O LG é pesado, quadradão e feio que dá gosto. O MSI, só grande mesmo. Mas como quem vê “cara” não vê máquina, ambos também são os mais espertos modelos avaliados no geral – respostas rápidas quando acionadas tarefas consideradas pesadas, como transferências de arquivos com alguns gygabites de tamanho para HDs externos ou gravação de filmes em DVD. O LG é o mais caro entre os avaliados, enquanto o MSI, o mais barato. Respectivamente, R$ 1.599 e R$ 1.399.
Para escolher
Além do preço, há ainda alguns itens fundamentais na escolha de um notebook. O tamanho da tela, suas dimensões e peso são três deles. Esses indicadores variam de acordo com o uso que será feito da máquina. Se o usuário quer um laptop para ver filmes ou jogar, o ideal é escolher telas a partir de 15 polegadas. Se pretende apenas realizar tarefas cotidianas como checar e-mails, ler textos, mas pretende levar a máquina para cima e para baixo, a opção mais indicada é a por modelos de menores proporções e peso.
Entretanto, nos casos de processador, memória RAM e capacidade do disco rígido (HD), quantidade é, sim, uma forma de qualidade. Quanto maior, melhor. O HD, por exemplo, é o responsável por armazenar na máquina tudo o que seu usuário quiser: músicas, filmes, imagens, textos. O que estiver guardado no computador, estará no disco rígido. Daí se explica o “quanto maior, melhor”.
O processador (ou chip) é o responsável por (er...) processar os pedidos do usuário na máquina. Cada vez que um arquivo ou programa é acionado, é o chip que está trabalhando lá dentro. Quanto mais rápido, melhor. Por fim, RAM é a memória volátil da máquina -- “volátil” porque, ao desligar o PC, todo conteúdo dela será apagado. Quando se escreve algo no Word, é ela quem vai armazenando as palavras. Somente quando o usuário dá “Salvar” os dados são guardados no HD. Logo, quanto mais RAM, mais atividades o usuário consegue realizar ao mesmo tempo e com menor tempo de resposta.
Preço e ausências
Dell e HP têm modelos que se encaixam no perfil, mas não foram testados pelo UOL Tecnologia.
A Dell tem o Inspiron 1428, por R$ 1.499. A máquina com tela de 14 polegadas tem disco rígido de 250 GB, memória RAM de 4GB, processador Dual Core com 2,2 GHz e Windows 7 Home Basic. Já a HP tem o Compaq 510 (R$ 1.299), que oferece tela de 14 polegadas, processador Intel Celeron, 1 GB de memória RAM, disco rígido de 160 GB. O mesmo modelo chega a R$ 1.499 se tiver processador Core 2 Duo, Windows 7 Starter, memória RAM de 2 GB e disco rígido de 250 GB.
Já as conhecidas Sony e Samsung não possuem modelos nessa faixa de preço e, por isso, ficaram de fora do comparativo. A CCE Info, conhecida por equipamentos de baixo custo, perdeu por W.O. este comparativo: a empresa se recusou a indicar um modelo para a avaliação ao saber que ele seria confrontado com outros similares do mercado.
É importante citar que os preços apresentados nesta reportagem são os sugeridos pelos fabricantes. Em uma rápida pesquisa em sites comparadores de preço, é possível encontrar, em lojas renomadas, os mesmos artigos avaliados pela reportagem com até R$ 200 de desconto.
