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07/05/2010 - 07h00

Gambiarra para adaptar chip em iPad 3G pode inutilizar dispositivo, diz operadora

ANA IKEDA | Do UOL Tecnologia

Uma “gambiarra” está ajudando usuários do iPad 3G, que vivem fora dos EUA, a adaptar o chip SIM – grande demais para o tablet – para o formato micro-SIM (veja tabela abaixo com as diferenças entre eles). O problema é que a operação pode inutilizar o chip, mas ainda é a única alternativa, até o momento, para habilitar a conexão 3G do tablet aqui no Brasil enquanto o lançamento oficial da Apple não é feito. A Vivo afirmou ao UOL Tecnologia que não recomenda a prática, pois ela pode estragar o cartão. A reportagem entrou em contato com outras operadoras brasileiras, mas elas não quiseram se pronunciar sobre o tema.

As operadoras brasileiras não comercializam ainda chips micro-SIM que, assim como chips SIM maiores, permitem a conexão via rede 3G. Essa tecnologia permite o acesso móvel à internet em alta velocidade em longas distâncias. O usuário precisa estar dentro da área de cobertura da operadora de telefonia móvel, mas não próximo a um aparelho (caso de um roteador).

A “adaptação” do chip grande é relativamente simples e requer um mínimo de destreza, uma tesoura e um estilete. Logo, os brasileiros que compraram o iPad 3G nos EUA acabam recorrendo ao corte. Vale lembrar que o chip contém vários dados (por exemplo, seus contatos telefônicos) e apesar de ser barato (em média, um novo custa R$ 10), há risco de você perder tudo que está nele se cortar um pouco a mais do que deve.

Para aqueles que compraram o iPad nos EUA, basta pegar o próprio chip micro-SIM da AT&T, que vem no próprio tablet, e usá-lo como molde para cortar o chip SIM. Vários sites estrangeiros mostram o processo passo a passo, até mesmo feito com uma faca de cortar carne, como fez o britânico John Benson.

"Gambiarra" deixa chip do tamanho exato para iPads

  • John Benson

    Chip micro-SIM é menor que o mini-SIM e o SIM card; a alternativa é cortar o chip e deixá-lo do tamanho exato para caber no iPad, até mesmo com "faca de carne", como fez John Benson

No Brasil, uma analista de sistemas carioca, que não quis se identificar, ficou encarregada da tarefa delicada para que dois iPads, comprados para a empresa em que ela trabalha, passassem a funcionar na rede 3G brasileira. Ela fez uma pesquisa no Google, achou a história de um brasileiro que tinha recorrido à "gambiarra" e resolveu tentar também. "Fiz o corte com dois diferentes, pra dois iPads: um chip da Claro e outro da TIM", conta.

Os chips foram comprados especificamente para serem usados nos tablets, portanto, não foi necessário fazer um backup prévio de dados. "Fiquei com muito medo de estragar o chip, mas se a tesoura não pegar na parte dourada – no contato do chip – não tem problema. E o corte fica mesmo bem próximo ao contato. Na parte superior, deve ficar com algo como 1mm", explica.

Mas pode?

Aparentemente,  do lado das operadoras não há problemas no que se refere ao uso do chip que não no aparelho para o qual ele foi destinado, ou seja, num iPad em vez do celular. Elas vendem o serviço – e recebem por ele – seja onde e como o chip for usado.

A Vivo foi a única operadora até o momento que promete uma solução ao problema enfrentado pelos usuários que necessitam de um chip micro-SIM. A operadora disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que “não recomenda o corte do SIM Card convencional para utilização no iPad, visto que a ação pode causar danos irreparáveis ao cartão, inutilizando-o por completo”.

Ainda, a empresa informou que vai desenvolver um procedimento especial para atender seus clientes que necessitem de um micro-SIM Card. As informações sobre esse procedimento devem ser divulgadas nos próximos dias.

SIM Card Largura (mm) Altura (mm) Espessura (mm)
Tamanho normal 85,6 53,98 0,76
Mini-SIM 25 15 0,76
Micro-SIM 15 12 0,76

A assessoria da Oi informou que a operadora não iria se posicionar sobre o assunto e, a da Claro, disse que desconhecia a informação (de que usuários estão cortando os chips) e que ainda não comercializa chips micro-SIM no Brasil.

A TIM informou que não se responsabiliza pelo bom funcionamento do produto, já que a Apple ainda não trouxe o aparelho para o Brasil.

Já Apple, também por meio da assessoria, informou que não faz comentários sobre produtos trazidos para o Brasil enquanto os mesmos modelos ainda não são vendidos oficiamente aqui.
 

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