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04/12/2010 - 07h00 / Atualizada 06/12/2010 - 12h45

Primeiros usuários do iPad no Brasil fazem balanço do tablet, oito meses após lançamento

GUILHERME TAGIAROLI || Do UOL Tecnologia

O iPad chegou ao Brasil na última sexta (3) – oito meses após o início de comercialização nos Estados Unidos. No entanto, vários usuários brasileiros não aguentaram as previsões tardias de chegada do equipamento ao país e compraram o aparelho em viagens internacionais ou via importação "extraoficial", com a ajuda de parentes ou amigos viajantes. Após todo esse tempo, o UOL Tecnologia conversou com alguns desses usuários “apressados” para saber o balanço que eles fazem do tablet da Apple. A conclusão: o iPad é mesmo fascinante e viciante. No entanto, a falta de alguns recursos (como entrada USB, câmera e suporte a flash) realmente incomoda. 

O médico Daniel Rolnik, 28, já tem o iPad há sete meses. Com o tempo, segundo ele, as funções que utilizava no tablet foram aumentando. “A princípio usava apenas para ler durante os plantões. Atualmente, utilizo vários aplicativos que informam a dosagem de medicações e que me ajudam a manter uma base de dados de pacientes, como se fosse um prontuário eletrônico.” 

  • Arquivo Pessoal

    O médico Daniel Rolnik, 28, usa o iPad para ler artigos científicos

Dono de um Macbook, antes mesmo de comprar o iPad, Rolnik ressalta o " vício" que os produtos da marca causam. “Depois dos primeiros equipamentos da Apple, é difícil trocar", definiu. 

Também do mesmo time de Applemaníacos está o administrador Jack Lisbona, 40, outro usuário "veterano" do iPad. Em sua casa ele tem um iMac, Apple TV, iPhone e um AirPort Extreme (aparelho que compartilha conexão sem fio da Apple). Logo após a aquisição do iPad, segundo ele, a situação em casa não ficou muito boa. “Nos primeiros dias de uso fiquei literalmente viciado. Minha mulher até reclamava de tanto que eu usava o aparelho.” 

Para ter noção de quanto Lisbona usa seu tablet, ele ocupou todas as telas com aplicativos. “Tinha tanto programa que ocupei todas as ‘páginas de ícones’. Para acessar alguns, eu tinha de ficar tentando lembrar o nome e usar a busca do sistema”, disse. Porém, com a atualização da plataforma móvel da Apple, o “caos” agora ao menos está organizado, pois é possível mover os aplicativos para pastas. 

  • Arquivo Pessoal

    Applemaníaco, Jack Lisbona, 40, lotou o iPad de aplicativos

Há ainda casos de pessoas que chegam a trocar o notebook convencional pelo iPad. “Praticamente aposentei meu notebook. Ainda mais depois da atualização que permite fazer multitasking [recurso para execução de mais de um programa simultaneamente]”, disse Mohamede Jarouche,23. Ele chegou até a comprar um dock com teclado para facilitar a digitação de textos mais longos. 

Outra possibilidade do tablet comentada pelos entrevistados é a facilidade ao acessar o conteúdo de jornais e revistas. “Parei até de assinar jornais, leio tudo com o iPad por meio de aplicativos gratuitos.” No caso de Daniel Rolnik, a facilidade tem ajudado a ler vários artigos científicos. “Antes eu tinha de carregar vários papéis, mas agora, com o iPad, ficou muito mais fácil.” 

Oras, mas tudo é perfeito?

Os usuários entrevistados, de modo geral, se mostraram muito satisfeitos com o tablet. Porém, reconhecem que é necessário melhorias e apontam os principais defeitos do uso do tablet, tanto na área de aplicativos como no de recursos disponíveis. 

Na área de software, a principal reclamação é a quantidade de programas na iTunes store – loja de aplicativos da Apple – brasileira. “Comparado com a loja de aplicativos utilizada por usuários com cadastro nos Estados Unidos, o número de jogos no Brasil é muito pequeno”, diz Daniel Rolnik. Um exemplo citado por ele é o jogo "Angry Birds" – um dos mais famosos da iTunes Store – que não está disponível no Brasil. Em alguns casos, usuários brasileiros até criam contas com endereço nos Estados Unidos para acessar a loja de aplicativos da Apple e baixar os programas que quiserem. 

  • Divulgação

    Para o empresário Marcelo Botelho,42, faltou uma câmera no iPad

Na questão de recursos, Lisbona crê que seja importante haver melhorias no recurso multitarefa. “Tudo bem que o iPad abre rapidamente os aplicativos, mas ele não tem um multitarefa igual ao de um PC,  por exemplo, em que você pode abrir várias páginas da web e organizá-las com abas.”  

Porém, a maior reclamação e, segundo a maioria dos entrevistados, “nada que estrague o equipamento”, é a falta de uma câmera para videoconferência. “Até hoje não entendi o motivo de a Apple não colocar câmera no primeiro modelo”, reclamou o empresário carioca Marcelo Botelho,41, que comprou seu iPad em agosto. Inclusive, o principal concorrente do iPad, o Samsung GalaxyTAB, vem com duas câmeras. 

Outras reclamações foram a falta de suporte a flash (recurso que, após ‘desentendimentos’ entre Apple e Adobe, provavelmente, não voltará a rodar em gadgets da empresa de Steve Jobs), a falta de entradas USB e o peso do tablet, que causa desconforto a quem tenta utilizá-lo apoiado no braço por muito tempo.

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