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17/12/2009 - 11h39 / Atualizada 17/12/2009 - 11h46

Entrando em forma com 2 bits de ajuda

DAVID POGUE

Eu gostaria de falar sobre as resoluções de Ano Novo por um minuto.

(Sim, eu estou ciente de que nem mesmo é Natal ainda. Mas se as lojas de todo o mundo podem armar as decorações de Natal já em novembro, então posso me antecipar um pouco em relação ao Ano Novo)

Como caçador de aparelhos, não há muito que eu possa oferecer a você se sua resolução for passar mais tempo com seus filhos ou parar de fumar. Mas se estiver tentando entrar em forma, eu tenho boas notícias para você.

Dois novos sensores de movimento minúsculos, para vestir, estão disponíveis no mercado, apoiados por sites que realizam gráficos da atividade diária a partir dos dados coletados, para seu prazer motivacional. Há o Fitbit (US$ 100) e seu rival da Philips, o DirectLife (US$ 80). Em ambos os casos, a ideia e fazer com que você se conscientize de sua atividade diária e desafiar você a aumentá-la. Mas apesar de meta semelhante, os dois aparelhos são bastante diferentes na abordagem.

O Fitbit é um hardware muito bacana. É um grampo elegante, de bordas arredondadas, com 5 centímetros de comprimento e 1,3 centímetro de largura. Você pode prendê-lo no bolso, no sutiã, em qualquer lugar. Dentro, o Fitbit contém um acelerômetro –um sensor de movimento semelhante ao existente no Nintendo Wii ou no iPhone. Este instrumento conta quanto foi movimentado durante o dia. (Nota: os acelerômetros não registram muito quando você realiza exercícios que não movimentam muito seu tronco, como pedalar ou levantar peso)

O Fitbit parece ser de plástico preto sólido – mas quando você aperta o único botão, letras azuis bacanas parecem sair do nada. A cada novo apertar, o mostrador informa quantos passos você deu no dia, quantos quilômetros andou, quantas calorias queimou e quão ativo você esteve. Este último item é representado por uma flor azul cujo caule cresce quanto mais ativo você é.

O aparelho supostamente também monitora seu sono. É um pouco incômodo: você precisa usar uma munhequeira preta de velcro, colocar o Fitbit no interior e então manter o botão pressionado por dois segundos para informar a ele que você está dormindo. (Alguém sabe apontar a falha lógica aqui? Alguém?)

O Fitbit aguarda até seu braço ficar imóvel por algum tempo para monitorar seu sono, mas, realisticamente, ele não tem como saber quando você está dormindo ou quando está apenas deitado. Mas mesmo uma ideia aproximada de quanto você dorme é uma estatística bacana; a coisa também mostra quantas vezes você acordou no meio da noite e quão agitado você esteve.

O lance mais bacana do Fitbit é a forma como ele envia os dados coletados de sua atividade para sua pequena base carregadora USB. Se você deixar a base conectada ao computador, rodando o software do Fitbit, então um simples passar a 4,5 metros é suficiente para ativar uma transferência de dados sem fio para a Internet. Então, em Fitbit.com, você pode ver os gráficos de suas atividades, até aquele minuto. (Os picos representados pelas minhas partidas semanais de tênis foram especialmente impressionantes)

O site também facilita – bem, ao menos até onde um trabalho árduo pode ser facilitado– o registro de cada alimento que você consome e toda a água que você bebe todo dia. Aqui é onde você também pode estabelecer metas para você mesmo e acompanhar seu progresso.

E essa é minha queixa com o Fitbit: para quem ele é feito?

O design simples, a transferência sem fio automática, a bateria que dura uma semana, a bonita flor que cresce ao estilo Tamagochi, tudo parece sugerir que ele é voltado para as massas casuais que gostariam de ficar um pouco mais em forma.

Mas outros aspectos do Fitbit sugerem que ele é voltado para os fãs de fitness mais radicais. Por exemplo, assim que os dados estão no site, é apenas um amontoado de dados. Não há análise, não há orientação; quem terá que transformar aquilo em um programa de fitness é você. E o lance de dar entrada manualmente aos dados sobre tudo o que você come e bebe é bem intencionado, mas qualé –quantos compulsivos não-obsessivos realmente farão esse esforço diariamente, por meses?

O DirectLife, da Philips (US$ 80 até janeiro, depois US$ 100), não tenta monitorar seu sono. Ele também não conta com transferência de dados sem fio; em vez disso, você o fixa magneticamente na base carregadora USB conectada ao seu Mac ou PC.

E ele não tem um visual tão bonito; o DirectLife é um enfeite quadrado de plástico de 2,5 centímetros, branco e chato, que você pode usar em um cordão sob sua roupa, carregar no bolso ou enfiar em uma pochete.

Não há mostradores numéricos. Se você colocar o DirectLife em uma superfície plana, uma série de pequenos indicadores verdes acendem para mostrar quão próximo você está de sua meta de atividade hoje – um ponto, você é uma batata de sofá; nove pontos, você é um atleta. Mas é só isso.

Mas apesar disso, se sua meta for perder peso ou entrar em forma, o DirectLife oferece uma maior probabilidade de ajudar você a ser bem-sucedido. Primeiro, ele é à prova d’água, então você pode usá-lo para nadar (ou no chuveiro). Segundo, é à prova de choque. (Meu primeiro Fitbit, por outro lado, se despedaçou quando o derrubei acidentalmente). Terceiro, o site e instruções são bem mais profissionais, completos, bem projetados e classudos. (Todo o manual do usuário do Fitbit é uma página de Internet resumida)

Mas o elemento realmente excelente do DirectLife é o treinador pessoal que o acompanha. A empresa emprega uma equipe de especialistas em fitness e nutrição (20 até o momento) cuja única função é analisar seus dados de atividade, responder sua dúvidas e encorajar você.

Você recebe 12 semanas de acompanhamento com o preço de compra (depois, ele custa US$ 12,50 por mês). Bem, eu não tive muito tempo para trabalhar com o DirectLife, então perguntei aos meus seguidores no Twitter se algum deles tinha o DirectLife e estava disposto a compartilhar suas trocas de e-mail com seus treinadores.

Três deles o fizeram e fiquei impressionado. Os treinadores adotam um tom positivo e têm conhecimento. Eles ajudam a escolher uma meta realística para perda de peso e aumento da atividade, além de oferecerem muitas pequenas dicas úteis. “Seu nível de atividade da semana 3 foi de uma média de 783 calorias por dia, o que equivale a 97% de sua meta”, comentava um e-mail. “Você chegou bem perto! Para atingir a meta da próxima semana, pense em formas de adicionar um pouco mais de atividade. Você está tão próximo de sua meta que uma caminhada diária de 7 minutos provavelmente bastaria para você chegar lá”.

Ambos os aparelhos cumprem sua função primária: conscientizar você de sua atividade física. Você realmente vai desejar que sua flor no Fitbit cresça; você realmente vai querer acender mais pontos no DirectLife (e agradar seu treinador). Como resultado, você acabará encontrando pequenas formas de acabar acrescentando um pouco mais de exercício.

Eu odeio admitir que foi necessário um aparelho de plástico para mudar meus hábitos, mas encontrei muitas pequenas formas de me mover mais. (Minha favorita: estacionar no ponto mais distante em vez do mais próximo. Foi necessária alguma explicação quando levei meus filhos ao cinema, mas eles entenderam).

Outros aparelhos propiciam a mesma conscientização, é claro: você pode colocar o acelerômetro de US$ 30 da Nike em seu tênis de corrida e monitorar seus dados na tela do seu iPod, ou pode comprar aparelhos mais caros como o BodyBugg. Essas são abordagens mais elaboradas, mais ostensivas.

O que é muito agradável nesses novos aparelhos é o fato de serem tão minúsculos, simples e baratos, a ponto de não haver quase nenhum esforço em usá-los. Nós todos sabemos que poucas pessoas cumprem suas resoluções de Ano Novo. Mas eu aposto que você seguirá estes aparelhos de plástico de vestir mais tempo do que frequentará a academia de ginástica – gastando bem menos, além disso.

Tradução: George El Khouri Andolfato

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