Jovens chineses são enviados a acampamentos militares para tratar vício em internet. O governo estima que existam 2,5 milhões de viciados no país, na maioria jovens atraídos por jogos online
Um grupo de jovens chineses conseguiu fugir de um acampamento para viciados em internet, que utiliza técnicas militares para “tratar” os internados.
Eles organizaram um motim, amarrando seu supervisor e iniciando uma fuga “dramática”, segundo o jornal Times Online. Entretanto, os fugitivos foram recapturados e enviados de volta ao centro de reabilitação, que fica na província de Jiangsu.
Os 14 jovens conseguiram fugir do Centro de Tratamento Huai’an na última quarta, alegando que não era mais possível suportar o “trabalho monótono e treinamento intensivo”.
Com idades entre 15 e 22 anos, os chineses internados iniciaram o motim capturando um supervisor direto enquanto ele dormia e o imobilizando em seu colchão.
Após fugir do acampamento, os jovens foram até a cidade do líder do grupo. A polícia foi alertada depois que um taxista desconfiou dos jovens, que vestiam uniformes idênticos e não tinham dinheiro para pagar a corrida.
Vício em jogos
Pais dos fugitivos exigiram o retorno dos filhos ao centro de tratamento. Uma das mães declarou aos policiais que seu filho costuma passar até 28 horas conectado à internet em jogos online.
Um oficial do acampamento explicou que a instituição opta por técnicas militares para uma total imersão dos internados e foco no treinamento físico. “Precisamos ensiná-los alguma disciplina e ajudá-los a estabelecer um estilo de vida normal”.
Os viciados em internet enviados para tratamento – em geral, pelo excesso de horas gastas em jogos online – são submetidos a uma rotina dura, tendo que acordar às 5 horas da manhã e dormir no máximo às 9h30 da noite. Passam por duas horas de treinamento físico, além de aulas de caligrafia, filosofia chinesa e terapia psicológica.