UOL Notícias Tecnologia

23/06/2010 - 12h49 / Atualizada 23/06/2010 - 12h59

A forma como você usa o computador no trabalho prejudica sua empresa? Faça o teste

JULIANA CARPANEZ||Do UOL Tecnologia

Um estudo da empresa de segurança Trend Micro obtido com exclusividade pelo UOL Tecnologia indica que muitos funcionários usam ferramentas de comunicação eletrônica (e-mail e messenger, por exemplo) para compartilhar informações confidenciais de sua empresa. Além disso, o acesso à internet faz com que eles acessem sites e serviços online para fins pessoais no horário do expediente, podendo assim levar ameaças virtuais para dentro do ambiente corporativo – isso sem contar a queda de produtividade, algo que não foi considerado por esse estudo.

Além de vazar informações confidenciais (de forma proposital ou não), há diversas outras formas como os funcionários podem prejudicar suas empresas com o uso da internet (novamente: sejam essas ações intencionais ou não). Seu chefe certamente não se orgulharia de saber sobre o uso excessivo da web para fins pessoais, que acaba resultando em queda de produtividade ou pagamento de horas extras. Da mesma forma, dificilmente o elogiaria por conta daquele comentário pesado no seu Twitter sobre a concorrência. Já o departamento de T.I. certamente desaprovaria seu hábito de clicar em todo e qualquer link, movido pela curiosidade.

Faça o teste abaixo e confira se você deve repensar a forma como usa a internet no trabalho.


Xi, era segredo?
Eduardo Godinho, gerente técnico da Trend Micro, reconhece que é difícil classificar qual tipo de informação é confidencial dentro de uma empresa. “O que é considerado sigiloso para uma organização não é visto da mesma forma por outra: depende de sua política e área de atuação. Assim, as equipes de T.I. [tecnologia da informação] ou de segurança da informação deveriam fazer o trabalho de conscientização entre os funcionários sobre o que pode ou não ser divulgado”, afirmou o especialista.

Para realizar o estudo com 1.600 pessoas empregadas em quatro países (Alemanha, EUA, Japão e Reino Unido), a Trend Micro ouviu das companhias que tipo de informação elas consideram confidencial. Depois perguntou aos seus funcionários, entre outras questões, que tipo de conteúdo eles enviam por e-mail, comunicadores eletrônicos ou redes sociais.

O resultado: entre os que trabalham internamente, 44% admitiram já ter enviado dados corporativos sensíveis para suas próprias organizações. Entre os funcionários remotos (que usam notebooks e trabalham fora fisicamente fora da corporação), o número chegou a 60%. Entre os países pesquisados, as porcentagens mais altas ficam no Japão (52% dos internos e 78% dos remotos) e Alemanha (48% e 68%).

Sinta-se em casa
O vazamento de informação é maior entre os funcionários remotos porque fora do ambiente corporativo é mais difícil controlar o uso que eles fazem da internet. Além disso, mesmo quando se conectam via VPN (rede virtual privada, para tráfego seguro de dados), esses usuários tendem a se sentir mais à vontade no ambiente doméstico. “Com isso, podem acabar passando para fora uma informação que manteriam em sigilo caso estivessem fisicamente na empresa”, disse Godinho.

Da mesma forma, os usuários de laptop são mais propensos a realizar atividades não relacionadas ao trabalho na rede de sua empresa do que os usuários de desktop. Além da queda na produtividade, esse tipo de navegação oferece riscos para a empresa. “Ao acessar seu e-mail pessoal, o internauta pode se deparar com ameaças que não chegariam ao e-mail corporativo, que está dentro de um ambiente mais controlado”, explicou Godinho.

Nos Estados Unidos, as atividades extraoficiais favoritas na hora do expediente são os e-mails (74% dos funcionários remotos e 58% dos internos), seguidos pelos sites não relacionados ao trabalho (58% e 45%, respectivamente), sites bancários ou pagamento de contas (45% e 33%), áudio e vídeo (33% e 25%), redes sociais (32% e 16%), compras online (36% e 26%), downloads de arquivos (28% e 15%), comunicadores instantâneos (21% e 15%), download de músicas ou vídeos (4% e 13%), chamadas VoIP (5% e 3%) e jogos ou apostas online (4% e 2%).

Além disso, um em cada dez usuários admitiu ter burlado a segurança da empresa ao tentar acessar certos sites. Desses, quase metade (46%) fez isso frequentemente ou muito frequentemente. Apesar de os números não retratarem os hábitos de funcionários no Brasil, qualquer semelhança com a vida corporativa real não é mera coincidência.

Últimas Notícias

Hospedagem: UOL Host