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15/07/2010 - 12h18 / Atualizada 15/07/2010 - 12h50

Banda larga brasileira é cara e lenta, confirma pesquisa do Idec

Da Redação

Um estudo com os principais serviços de banda larga no país, realizada pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), revelou que nenhuma das empresas pesquisadas entrega a velocidade ofertada e que o consumidor, ao contratar os planos de velocidades inferiores, acaba pagando mais caro pelo serviço.

No período de março a maio de 2010 foram analisadas as operadoras Oi , GVT, Net, Ajato e Telefônica, nas cidades de Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio Branco, Belo Horizonte e São Paulo. O objetivo do Idec era constatar o valor e a velocidade dos serviço de banda larga, oferecidos por empresas de telefonia, com base nas informações disponíveis nos sites de cada empresa, dos contratos e nos Serviços de Atendimento ao Consumidor.

Para o instituto, a falta de concorrência no setor de Telecomunicações é uma das principais causas da má qualidade dos serviços de banda larga no Brasil, cenário que poderia ser mudado caso houvesse normas mais específicas e mais fiscalização.

Quebra de contrato sem ônus

O descumprimento da oferta dos serviços de banda larga, as cláusulas contratuais abusivas e a propaganda enganosa já são alvo de Ação Civil Pública (ACP), movida pelo Idec contra Telefônica, Oi, Net São Paulo, Brasil Telecom e Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

Em caráter emergencial, está vigente uma liminar que obriga as empresas a veicular, em toda publicidade de banda larga, o alerta de que “a velocidade anunciada de acesso e tráfego na internet é a máxima virtual, podendo sofrer variações decorrentes de fatores externos". A ordem judicial garante ainda que o consumidor possa rescindir o contrato, sem ônus em caso de má qualidade do serviço.

  Preço Velocidade Encerrar contrato
Oi Mínimo: R$ 39,90
300 Kbps
Máximo: R$ 529,90
100 Mbps
Site não fala sobre variação de velocidade; SAC informa que a velocidade é sempre a mesma, em qualquer horário SAC informa que não é possível a suspensão
GVT Mínimo: R$ 204,50
1Mbps
Máximo: R$ 434,50
10 Mbps
Site não fala sobre variação de velocidade; SAC informa que há pouca variação de velocidade Apenas o SAC informa que a suspensão é possível sem qualquer cobrança atrelada
NET Mínimo: R$ 29,80
512 Kbps
Máximo: R$ 279,90
20 Mbps
Site e o SAC nada falam sobre variação de velocidade Apenas o SAC informa que é possível suspender o serviço por três meses
Ajato Mínimo: R$ 74,90
4 Mbps
Máximo: R$ 199,90
16 Mbps
Site e o SAC nada falam sobre variação de velocidade Somente o SAC informa que a suspensão é possível
Telefônica Mínimo: R$ 54,90
500 Kbps
Máximo: R$ 199,90
8 Mbps
Site não fala sobre variação de velocidade, e SAC informa que a velocidade pode variar Apenas o SAC informa que cabe à central de vendas estudar o pedido

Operadoras respondem

Consultadas pelo Idec sobre o resultado do estudo sobre os serviços de internet rápida, quatro empresas analisadas – exceto a operadora Oi – retornaram o contato.

A Ajato e a Telefônica alegam que todas as cláusulas contratuais atendem às determinações da Lei no 9.472/97, bem como ao Regulamento dos Serviços de Telecomunicações, aprovado pela Resolução no 73, de 25 de novembro de 1998, e demais regulamentos, normas e planos aplicáveis ao serviço.

A GVT, sobre a variação de velocidade, informa que assume total responsabilidade pelo serviço até o momento em que o consumidor se conecta à rede. Após a conexão, não se responsabiliza por eventuais problemas.

A NET alega que a internet é um meio compartilhado e, por esta razão, a velocidade pode sofrer variações por inúmeros fatores. A existência dessa variação é informada no contrato, no site e na publicidade.

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