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28/07/2010 - 14h42 / Atualizada 28/07/2010 - 17h17

Compra da Vivo: entenda o imbróglio entre Telefônica e Portugal Telecom

Da Redação

Nesta quarta-feira (28), após quase dois meses de negociações e polêmicas, a Portugal Telecom aceitou vender sua parte na Brasilcel (joint-venture que controla a operadora Vivo) para a Telefônica. A empresa espanhola vai pagar 7,5 bilhões de euros (cerca de R$ 17,2 bilhões) para ser acionista majoritária da Vivo. O objetivo da Telefônica é, com a aquisição da empresa, oferecer serviço com maior escala no Brasil. Ao todo, a empresa ficará com 60% da Brasilcel, os 40% restantes são negociados na Bolsa.

Criada em 2002, a Brasilcel representava quase metade da receita na Portugal Telecom. No entanto, logo após o anúncio da venda para a Telefônica, a empresa já declarou que comprará ações de outra empresa de telefonia, a Oi. O mercado brasileiro, junto com o africano, é considerado estratégico pela companhia portuguesa.

Durante o processo entre Telefônica e Portugal Telecom, que iniciou em maio com uma oferta de 6,5 bilhões de euros, houve desde intervenção do Governo Português na operação a reuniões de diretores com investidores de vários países (Road shows) para convencê-los sobre os benefícios ou malefícios da transação. Confira abaixo um breve histórico:

No início de maio, a operadora espanhola fez uma oferta de 5,7 bilhões de euros pela parte da sócia portuguesa para poder controlar a Vivo. No entanto, a proposta foi recusada.

Após isso tanto Zeinal Bava, CEO da Portugal Telecom, como representantes da Telefônica fizeram “road shows” – eventos com os principais acionistas para tentar persuadi-los sobre a operação. Por um lado a Telefônica, querendo ter o controle da Vivo, enquanto a Portugal Telecom tentava convencer os acionistas a não aceitarem a proposta, pois o Brasil é um dos mercados estratégicos da companhia, junto com a África.

Em junho, a proposta para a compra da parte da Portugal Telecom foi aumentada, chegando aos 6,5 bilhões de euros. Porém, mais uma vez, a oferta não foi aceita pelos sócios portugueses.

A última oferta pela empresa espanhola foi de 7,15 bilhões de euros. A maioria dos acionistas (70%) aceitou o valor proposto pela Telefônica. Porém, o governo interferiu usando sua golden share – que são ações especiais, geralmente dadas a empresas estatais que foram privatizadas, que dão poder de veto ao proprietário, no caso o Governo Português. Com isso, não foi possível a realização da venda.

A Corte Europeia de Justiça condenou a prática do Governo Português, pela intervenção em operações entre empresas privadas. O argumento era que a ação ia contra a livre movimentação de capitais. No dia 17 de julho a Telefônica retirou a oferta de 7,15 bilhões de euros. A especulação era que a empresa espanhola conseguisse dissolver a Brasilcel e fosse comprando ações da Vivo na Bolsa, até ser majoritária.

Na última terça-feira (27), o  jornal espanhol “El País” publicou reportagem que dava como certa a operação entre Telefônica e Portugal Telecom, só que com um valor superior à última oferta da Telefônica: antes era 7,15 bilhões, e essa última foi de 7,5 bilhões de euros. A informação só foi confirmada nesta quarta-feira (28).

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