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09/03/2011 - 16h52 / Atualizada 31/03/2011 - 15h12

DVD pirata no Brasil custa, na prática, o equivalente a um DVD original nos EUA

Da Redação
  • Preço do DVD pirata no Brasil pesaria no bolso de um americano como se fosse original

    Preço do DVD pirata no Brasil pesaria no bolso de um americano como se fosse original

Um cidadão brasileiro ao comprar um DVD pirata tem gastos proporcionais parecidos ao de um americano ao comprar a mesma mídia legalmente. A conclusão é do estudo “Media Piracy in emerging economies” (Pirataria em mercados emergentes, em tradução livre) publicado nesta quarta-feira (9) pela instituição americana SSRC (sigla em inglês para Conselho de pesquisa em ciências sociais).

O levantamento comparou preços de produtos (legais e piratas) em países emergentes com o produto original comercializado nos Estados Unidos. Os cálculos foram feitos com base no poder de compra de cada um dos países pesquisados.

Seguindo essa lógica, o DVD do Batman “Cavaleiro das Trevas” pirata no Brasil teria custo ajustado de US$ 20 (o valor real do DVD pirata no país é de US$ 3,50. O estudo considerou o poder de compra do cidadão americano). Enquanto nos Estados Unidos, o DVD original é vendido por US$ 24. Ou seja, o peso no bolso do brasileiro ao adquirir um DVD pirata é quase o mesmo que o de um americano que vai até uma loja e compra um original. Os preços foram coletados em 2008.

Países como Rússia e África do Sul têm situação parecida com o Brasil no que diz respeito à diferença de preços. No entanto, o pior caso é o da Índia.  Enquanto o filme original do Batman é comercializado por US$ 24 nos EUA, o pirata ‘pesa’ para a população indiana como se custasse US$ 54. O original no país asiático, a título de comparação, teria peso de US$ 641.

Na área de software, o cenário é parecido. Uma licença do "Microsoft Office 2007: Home and Student" custava US$ 149 nos Estados Unidos em 2009. Baseado na renda per capita do americano e nas condições financeiras, a compra do software no Brasil em seu orçamento teria peso de US$ 621.

De acordo com dados recentes, compilados no estudo, a taxa de pirataria de software no Brasil é de 56%, a de filmes é 22% e a de música, 48%. A maior taxa, disparada, é a de games que está na faixa de 91%.

Apesar das altas taxas de pirataria, o volume de operações feitas contra produtos ilegais com o número de prisões é desproporcional. Em 2008, a APCM informou que foram feitas 3.942 operações, levando a 195 prisões -- a maioria das penas foi suspensa durante o cumprimento.

Pirataria no Brasil

A pesquisa “Media Piracy in emerging economies” conta com um capítulo exclusivo coordenado pelo Instituto Overmundo e por pesquisadores do centro de Tecnologia e Sociedade da FGV. No relatório é abordada a situação da pirataria no Brasil e os ‘protagonistas’ da atividade desde a sua popularização. São citados vários sites, serviços e grupos de usuários.

Um deles foi a comunidade do Orkut “Discografias”, que reunia a obra completa de vários artistas. Após uma reclamação da APCM (Associação Antipirataria de Cinema e Música) a comunidade foi tirada do ar. Porém, após pouco tempo foi criada outra chamada “Discografias – A original” com o mesmo conteúdo.

A mesma associação também brigou para tirar o site legendas.tv e o da equipe InSubs (que legenda séries), porém após conseguir o objetivo estabelecido, os serviços logo voltaram ao ar.

A conclusão do relatório brasileiro é que só a educação não é capaz de solucionar o problema da pirataria, mas que deve haver um esforço das empresas em adequar os preços. “A falha na definição de preços e distribuição faz com que os investimentos em educação e fiscalização sejam discutíveis.”

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