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05/09/2011 - 12h32 / Atualizada 12/09/2011 - 15h16

Tuítes podem levar dois mexicanos a sentença de 30 anos de prisão por terrorismo

Da Redação
  • Soldados inspecionam local onde um homem armado explodiu uma granada, na cidade mexicana de Veracruz, em 14 de agosto. Moradores vivem em constante tensão pelos conflitos entre traficantes de drogas e policiais

    Soldados inspecionam local onde um homem armado explodiu uma granada, na cidade mexicana de Veracruz, em 14 de agosto. Moradores vivem em constante tensão pelos conflitos entre traficantes de drogas e policiais

Um professora aposentada que trabalha como comentarista no rádio e um professor de matemática enfrentam uma sentença de 30 anos de prisão por terrorismo e sabotagem no sul do México, após usarem o Twitter para publicar uma mensagem falsa. As informações são da “Associated Press”.

A pena pode ser a mais séria já aplicada a algum usuário da rede social. Os acusados teriam usado o microblog para informar que um homem armado havia invadido uma escola na cidade de Veracruz, na costa do Golfo do México. Os tuítes levaram parentes dos estudantes ao pânico, disseram os promotores do caso.

O secretário do interior do Estado de Veracruz, Gerardo Buganza, comparou o caso ao pânico causado pela mensagem divulgada por Orson Welles em 1938, conhecida como “A Guerra dos Mundos”. Buganza disse que o medo causado pela mensagem fictícia sobre uma “invasão marciana foi pequena em relação ao que ocorreu aqui”.

“Tivemos 26 acidentes, além de pessoas deixando seus carros no meio da rua para correr e pegar seus filhos, pensando que o atirador estivesse na escolas onde eles estudam”, afirmou Buganza. Além disso, números dos serviços de emergência entraram em colapso pela alta quantidade de ligações, prejudicando ocorrências reais.

Tuítes e pânico

A cidade de Veracruz é a maior do Estado de mesmo nome e enfrenta problemas com traficantes de drogas, o que deixa a população em constante medo e tensão pelos conflitos armados.

Em 25 de agosto, moradores da cidade testemunharam comboios de soldados da Marinha americana circulando no subúrbio de Boca del Rio, o que poderia indicar um possível confronto com os criminosos. Foi quando Gilberto Martinez Vera, que trabalha como professor particular, começou a tuitar repetidas mensagens sobre “um homem armado entrando nas escolas e sequestrando crianças”. Três dias depois, Vera publicou que “seis crianças entre 13 e 15 anos [sic] tinham sido sequestradas nas redondezas de Hidalgo”.

Já a radialista Maria de Jesus Bravo Pagola enfrenta a acusação de terrorismo e sabotagem por ter retuitado algumas dessas mensagens. “Como eles podem fazer isso comigo, por retuitar uma mensagem? São 140 caracteres, não é lógico.”

Uma petição online pede para que ela seja solta e grupos de direitos humanos alegam que as acusações são “exageradas”. A Anistia Internacional diz que os oficiais violam a liberdade de expressão, e culpa o pânico e a incerteza causada pelo problema do tráfico de drogas no México, que já causou a morte de 35 mil pessoas nos últimos 5 anos, pela reação desproporcional das autoridades.

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