UOL Notícias Tecnologia

Steve Jobs

Tudo sobre o cofundador da Apple; 'pai' do iPod, iPhone e iPad

  • Imagem: Kimberly White/Reuters

05/10/2011 - 22h24 / Atualizada 06/10/2011 - 00h47

Morre um gênio

Marion Strecker
De San Francisco, California
  • Imagem de Steve Jobs no site da Apple

    Imagem de Steve Jobs no site da Apple

Há menos de 24 horas, certos blogueiros precipitados e jornalistas pessimistas  ("jornalista pessimista" é um pleonasmo, certo?) saíram por aí falando cobras e lagartos sobre o fato de a Apple ter lançado nesta terça-feira (4) o iPhone 4S, em vez de um smartphone chamado iPhone 5.

Foi o primeiro lançamento depois da recente renúncia de Steve Jobs como CEO (principal executivo) da Apple, para se tratar de um câncer gravíssimo. Auditório pequeno, só para jornalistas americanos. Teste de fogo para o sucessor que Steve Jobs deixou na empresa: Tim Cook.

Ninguém viu o tal esperado iPhone 5, ninguém sabe o que será um iPhone 5, mas esses blogueiros e jornalistas já se decepcionaram com o iPhone 4S, que mal ou nem viram.

O mundo de alta tecnologia, feito de inovação constante, seja boa ou seja ruim, é assim mesmo. Igualzinho ao mundo das bolsas de valores, em que os suspiros e as expectativas podem valer muito mais do que fatos reais, concretos e palpáveis. Para muitas dessas pessoas, o instante vale mais do que o longo prazo. Mesmo que seja uma ilusão. Dinheiro fácil e rápido é mais importante do que obra duradoura, bem para a humanidade, essas coisas.

Enquanto nesta terça textos na internet davam conta de uma queda momentânea de 5% nas ações da Apple, que fecharam o dia com queda da ordem de menos 0,5%  (nenhuma grande coisa), quase nenhum desses textos informava qual foi o aumento da ação da Apple nos últimos seis meses, um ano ou dois anos. Impressionante! Fez muita gente rica!

Steve Jobs tinha seus defeitos. Era autoritário. Sabia humilhar subordinados que não atendiam seus altos níveis de exigência de qualidade, como fez recentemente com o cabeça do Mobile Me, serviço de "cloud computing" (armazenamento e sincronização de informações na "nuvem", ou seja, em computadores remotos que nem sempre sabemos onde estão). Dizem que o cara foi demitido na frente da equipe, com Jobs furioso, reclamando de quanto ele manchou o nome da Apple.

Eu mesma sou/fui uma vítima do Mobile Me, embora seja uma usuária e admiradora da Apple. Entendo perfeitamente as razões de Jobs ter chegado a esse extremo, embora não aprecie a forma como tudo se deu. Não havia uma maneira de ter evitado os erros ("bugs", em computês) do Mobile Me ANTES do lançamento do produto? Vou ganhar um ano grátis do iCloud (que vai substituir o Mobile Me em breve), como brinde (que não solicitei) pelos problemas que passei.

Mas Steve Jobs era um gênio. Na minha opinião, Jobs era "o" gênio do chamado Vale do Silício, também conhecido como Bay Area, Califórnia. Sem paralelo. Sem sucessor, por mais que eu aprecie o trabalho que Mark Zuckerberg esteja fazendo com o Facebook.

Como ninguém, Steve Jobs soube entender a pessoa comum e criar aparelhos e sistemas que amplificaram o entretenimento, além do mundo do trabalho.

O centro da Apple era e é o usuário final. Usabilidade, esse palavrão que hoje é termo corrente em qualquer empresa de internet ou de sistemas, sempre foi a praia da Apple. Usabilidade quer dizer algo fácil de usar. Como uma geladeira: abre e pronto. Ou adivinha como usar, sem precisar ler manuais.

A última da Apple, nesta terça, foi justamente ter incorporado um serviço chamado Siri (dando crédito a uma empresa que a Apple comprou ano passado). Siri é uma assistente eletrônica que entende comandos de voz e responde perguntas ou executa tarefas como: “Leia para mim o e-mail que chegou agora”, “Preciso sair de guarda-chuva hoje?” ou “Me acorde às 6 da manhã amanhã”, por exemplo.

Por mais que a Microsoft tenha copiado a Apple ao lançar o seu sistema operacional Windows, nunca o Windows chegou ao patamar do rival. E Bill Gates, o antigo CEO da Microsoft, sabe bem disso. Tanto que comentou nesta quarta que o mundo raramente vê uma pessoa do calibre de Steve Jobs, capaz de provocar impactos tão profundos, com efeitos que serão sentidos nas próximas gerações. "Para aqueles que tiveram sorte o suficiente para trabalhar com ele, foi uma insana grande  honra. Eu sentirei uma falta imensa de Steve Jobs", disse Bill Gates para o jornal "The New York Times".

Quando até os arquirrivais são obrigados a tirar o chapéu, aí está o homem.

Veja mais

Últimas Notícias

Hospedagem: UOL Host