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02/11/2011 - 07h00 / Atualizada 04/11/2011 - 15h13

Com 'engasgos' no hardware, tablet da Positivo tenta adaptar-se ao usuário do Brasil

GUILHERME TAGIAROLI || DO UOL Tecnologia
  • Tablet Ypy de 7 polegadas, da Positivo; Aparelho tem preço sugerido pela fabricante de R$ 999

    Tablet Ypy de 7 polegadas, da Positivo; Aparelho tem preço sugerido pela fabricante de R$ 999

Positivo Ypy 7

Tela: Capacitiva de 7 polegadas
Sistema operacional: Android Gingerbread 2.3.4
Peso: 420 gramas
Espessura: 1,18 cm
Câmera: Uma frontal
Capacidade de armazenamento: 10 GB
Conectividade: mini-USB e mini-HDMI
Preço sugerido: A partir de R$ 999 (versão só com Wi-Fi) e R$ 1.299 (versão com Wi-Fi e 3G)

Enquanto grandes fabricantes de tablets como Apple, Samsung e Motorola parecem pressupor que o usuário já sabe tudo sobre o equipamento e suas funcionalidades, a Positivo chega ao mercado com seu primeiro tablet, o Ypy de 7 polegadas, querendo mostrar ao usuário o que ele pode fazer com essa nova categoria de eletrônico. Apesar de engasgar no hardware (a companhia não divulga velocidade do processador, nem a quantidade de memória RAM), o tablet pode ser uma boa alternativa para quem nunca teve contato com um computador portátil em forma de prancheta. Ele, literalmente, pega na mão do usuário e mostra tudo o que pode ser feito.

Personalizado

O Ypy tem, basicamente, dois diferenciais em relação à concorrência: modificações no sistema operacional Android, além de uma série de configurações e programas que o aparelho traz embarcado. Ao contrário do que acontece com os outros tablets Android, por exemplo, ele tem a tecla cedilha, um teclado numérico virtual na mesma tela do convencional e já vem com a tecla virtual “.br”, o que ajuda na tarefa de digitar o endereço de sites brasileiros.

Outra modificação do sistema é o gerenciador de tarefas. Na área de notificações do tablet, o usuário consegue ver tudo o que está sendo executado e ainda selecionar o que ele acha que deve ser encerrado.

Para reforçar a ideia de “vou pegar na sua mão e mostrar o que você pode fazer com o tablet”, a empresa personalizou cinco áreas de trabalho pelos temas: “Jogos e Educação”, “Principal”, “Comunicação”, “Ferramentas” e “Revistas e Jornais”. Cada uma dessas telas traz aplicativos correspondentes às áreas. Em “Comunicação”, por exemplo, há aplicativos de redes sociais (Facebook, Orkut e Twitter). Já em “Revistas e Jornais”, há o aplicativo da “Folha” e da revista “Caras”.

Tela

O tablet tem tela de 7 polegadas no formato 4:3. Segundo a empresa, a vantagem é que este formato segue os padrões utilizados em revistas e livros -- em tese, facilitando a leitura por ser um formato já conhecido pelos internautas. A resolução da tela (1024 x 768) é boa, mas incomoda o fato de, em função do tal formato 4:3, o tablet passar a impressão de que a tela poderia ser maior. A superfície frontal não é totalmente ocupada pela tela e, com isso, ele passa a impressão de um quadro com uma moldura maior do que realmente deveria.

No que diz respeito à sensibilidade da tela, o display do Ypy apresenta resultado muito fraco. O touchscreen, durante a navegação na web ou mesmo ao percorrer pelas opções de aplicativos, tem um tempo de resposta ruim. Em alguns momentos, parece que a tela engasga.

  • Divulgação

    O Ypy 7 conta com adaptações no sistema Android; o portátil da fabricante brasileira tem a tecla ç no teclado, uma tecla ".br" e um teclado numérico na parte superior do teclado convencional

Hardware

Não é possível saber se a demora e engasgos na resposta da tela se deve à qualidade do próprio display ou se é pelo fato de o processador do aparelho ser muito fraco – detalhe: a empresa não divulga informações sobre o chip.

As únicas especificações claras da versão de 7 polegadas do Ypy é que ele tem uma câmera frontal (com capacidade não divulgada), 10 GB de armazenamento (que pode ser expandido com um cartão de memória), além de uma porta mini-USB e uma porta mini-HDMI.

Durante a apresentação do produto, em setembro, a Positivo não apresentou as características de hardware, informando que o que importava no tablet era a experiência de conteúdo nativo e do ecossistema da empresa. Logo, vamos a ele.

Ecossistema

Seguindo um modelo parecido com o da Apple, a companhia tem a Positivo Livros, a Positivo Aplicativos e, até o final do ano, terá a Positivo Música, pela qual o usuário poderá comprar... músicas.

Apesar de estar no início, a loja de livros conta com 1.300 títulos em português – entre os títulos estão “O último adeus de Sherlock Holmes” ou “Bravura Indômita”, livro que deu origem ao filme homônimo. Outra carência da loja, comparada com a da Amazon (empresa de comércio eletrônico), é a falta da opção de “degustação” do livro, com a qual o usuário pode ter acesso a algumas páginas da publicação para decidir (ou não) pela compra.

Quanto à loja de aplicativos, o tablet tem a Android Market e uma loja específica da Positivo. A empresa conta com várias opções de jogos e utilitários, como o aplicativo Sushi Help (que ensina a comer com hashi, os pauzinhos utilizados na culinária oriental) e o Brasileirão 2011 (que traz a tabela e informações dos jogos do Campeonato Brasileiro).

Durante os testes, o tablet também apresentou certa lentidão para abrir alguns aplicativos. No caso de programas mais pesados, com o do serviço Netflix, o conteúdo ficava carregando intermitentemente até travar.

As duas lojas disponíveis (livros e aplicativos) não têm milhares de opções, mas representam um começo para quem deseja investir em conteúdo voltado para o usuário brasileiro.

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