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09/11/2011 - 13h39 / Atualizada 09/11/2011 - 18h48

Adobe 'mata' flash para investir em tecnologia defendida pela Apple

Da Redação
  • Justin Sullivan/AFP

    Anúncio da Adobe de 2010 ironiza opção da Apple em tirar tecnologia flash de seus dispositivos; após um ano, desenvolvedora de sistemas anuncia "fim" da tecnologia flash para navegadores

A Adobe, desenvolvedora de programas, divulgou em nota nesta quarta-feira (9) que não vai mais trabalhar no desenvolvimento da tecnologia flash, que permite a criação e execução de animações e vídeos em sites, em dispositivos móveis. A companhia afirmou que passará a investir em HTML 5, tecnologia adotada, por exemplo, em eletrônicos da Apple. Segundo a Apple, na época da adoção, eles não permitiriam a tecnologia flash em seus gadgets (iPhone, iPad e iPod touch) pelo fato de gastar muita bateria.

Apesar de “matar” o flash, a companhia afirmou que continuará a fornecer atualizações críticas e de segurança para os dispositivos que suportam a tecnologia. “Nós não vamos mais adaptar o Flash Player de dispositivos móveis para novos navegadores, sistemas operacionais ou configurações de dispositivo”, informa o comunicado da Adobe.

No lugar do flash, a empresa adotará a tecnologia HTML 5, que, basicamente, executa as mesmas funções que a tecnologia proprietária da Adobe com o diferencial de ser uma plataforma aberta, que pode ser implementada em diferentes plataformas.

“HTML 5 já é suportado na maioria dos dispositivos móveis, em alguns casos é a única tecnologia suportada [nos dispositivos móveis da Apple, por exemplo]. Isso faz do HTML 5 a melhor solução para criar e desenvolver conteúdo em navegadores de plataformas móveis.”

Apple x Adobe

A Apple foi a primeira empresa a se mostrar veementemente contra a tecnologia flash. Segundo a companhia americana,  por meio de uma carta escrita por Steve Jobs, cofundador da empresa, as animações ou vídeos feitos com o recurso da Adobe gastam muita bateria. Ele ainda citou a falta de segurança da tecnologia, que já foi muitas vezes explorada por hackers.

Na carta, Jobs cita um estudo da Symantec de 2009 que alega que o Flash apresentava os piores registros de falha de segurança e que a mesma tecnologia da Adobe era a principal responsável pelo travamento do sistema operacional Mac OS.

Na época, a atitude da empresa foi considerada “tirana”, pelo fato de vários sites terem vídeos ou animações feitas em flash. Um argumento muito utilizado era que os usuários de iPhone ou iPod touch, com o fim do suporte ao flash, estavam sendo “limitados” a usar apenas o que a Apple quisesse que eles acessassem na internet.

Para rebater a Apple, a Adobe divulgou um anúncio em jornais com a seguinte frase: “We love Apple” (Nós amamos a Apple). Porém, a propaganda criticava a decisão da empresa de Steve Jobs: “O que não amamos é o fato de qualquer pessoa querer tirar sua liberdade de escolher sobre o que criar, como criar isso e sobre o que você faz na web”.

Com argumento semelhante, a Microsoft, logo na primeira versão de seu sistema operacional móvel (Windows Phone), também baniu a tecnologia. Nos desktops, a gigante da área de software até permite nas novas versões do Internet Explorer que o usuário instale o flash player (plugin da Adobe que roda animações), porém, aparece uma mensagem informando o quanto a navegação ficará mais lenta por causa disso.

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