Manifestantes no Egito pedem a volta do acesso à internet durante as revoltas que levaram à queda do presidente do país, Hosni Mubarak, em 2011. Redes sociais como o Twitter ajudaram egípicios a organizar protestos contra o governo
O Twitter anunciou que vai começar a bloquear determinados conteúdos publicados no microblog, a partir desta quinta (26), em países que exigirem a censura legalmente. O tuíte ficará inacessível para usuários do país, mas continuará visível para o restante do mundo. Segundo o microblog, isso não muda a filosofia de liberdade de expressão da companhia. A medida deve manter o serviço ativo em países mais autoritários.
Em um post no seu blog oficial, o Twitter diz que com a expansão internacional começará a entrar em países com “diferentes ideias sobre o contorno da liberdade de expressão”, sem indicar quais seriam esses locais. Como exemplo, a empresa citou França e Alemanha, que banem conteúdo pró-nazista.
Alex Macgillivray, conselheiro geral do Twitter, confirmou em entrevista ao blog "Boing Boing" que a medida não representa uma mudança na filosofia da empresa em relação à liberdade de expressão.
“Até agora, a única maneira para atender esses países era remover o conteúdo globalmente. A partir de hoje, teremos a capacidade de reter o conteúdo de usuários de um país específico, mantendo-o disponível para o resto do mundo”, diz o texto.
Cynthia Wong, membro da ONG Centro de Tecnologia e Democracia, disse à “Reuters” que o Twitter poderia ser banido em muitos países se não tivesse criado esse sistema de censura local. “A questão é: o que é melhor para a liberdade de expressão? Se o Twitter fosse bloqueado completamente em alguns países, isso seria melhor? Parece que ele fez um bom trabalho em achar uma saíde em como diminuir o dano aos direitos humanos entrando em acordo com leis locais”, destacou.
Segundo a empresa, quando a “retenção” do conteúdo for feita, o Twitter vai informar o usuário e deixar claro quando o conteúdo for bloqueado. O microblog, em parceria com a Chilling Effects, organização não-governamental que defende a liberdade de expressão, publicará os pedidos de censura.
“Um dos nossos valores fundamentais como empresa é defender e respeitar a voz de cada usuário. Tentamos manter o conteúdo até onde e quando podemos e vamos tentar ser transparentes com os usuários quando não pudermos mais. Os tuítes devem continuar a fluir”, conclui o texto.
