Responda rápido: você prefere ter o smartphone “mais veloz do mundo” ou o que você “sinta que é o mais veloz do mundo”? A diferença entre as frases é mínima –bem parecida, digamos, com a que existe entre um aparelho com processador de dois e o de quatro núcleos. O UOL Tecnologia testou três lançamentos da Mobile World Congress, feira realizada em Barcelona. Todos eles são considerados “supersmartphones” com processador quad-core – um recurso que, na teoria, torna os aparelhos muito mais rápidos que os vendidos atualmente no Brasil.

Os modelos são o HTC One X, o LG Optimus 4X HD e o Huawei Ascend D -- todos ainda sem preço divulgado, mas com data de lançamento prevista para o segundo semestre. Também na MWC 2012, a ZTE lançou um smartphone quad-core, sobre o qual você pode ler aqui. Veja no final deste texto um resumo dos aparelhos.

Na prática, a história de o quad-core tornar o aparelho muito mais rápido é diferente: a sensação que se tem ao manejar um desses supersmartphones não é tão diferente assim. Isso não significa, no entanto, que as fabricantes estejam vendendo gato por lebre.

A questão é que para algumas tarefas mais pesadas – como por exemplos games com gráficos caprichadíssimos – você percebe a rapidez mais apurada ao abrir o aplicativo. Já para outras tantas ações corriqueiras, como enviar uma mensagem de texto ou abrir uma página de internet, mesmo que ocorram alguns milésimos de segundo mais rapidamente, isso passa despercebido.

Internet
Outro ponto a ser considerado para quem está “tentado” colocar um desses lançamentos na lista de desejos é a internet móvel. Deve-se considerar que (lembrando que, no Brasil, quem usa rede 3G sofre com a instabilidade da rede; o padrão mais rápido, o 4G, ainda deve demorar para ser implantado no país).

O processador “mais rápido do mundo” de nada adianta sem a “internet mais rápida do mundo”. É por essa razão que os supersmartphones são compatíveis com o padrão LTE (Long Term Evolution), uma das tecnologias agrupadas sob o termo “4G”, que chega a 100 Mbps (megabits por segundo). Operadoras já oferecem essa internet ultrarrápida nos Estados Unidos e alguns países europeus. Já no Brasil...

Ainda mais curioso foi descobrir, pela explicação de um dos atendentes do estande da LG, que os quatro núcleos do Optimus 4X HD são utilizados na abertura do aplicativos ou, digamos, “no pico da exigência de desempenho”. Passada essa tarefa crítica, um núcleo assume a tarefa e os outros hibernam. Mas não se sinta (mais uma vez) comprando gato por lebre: ao usar poder total só nas horas de aperto, o smartphone consome menos bateria (menos até, diz a fabricante, que um processador dual-core).

No final das contas, você até pode “se apaixonar” por um desses smartphones “top dos tops”. Tenha em mente, no entanto, que não dá para basear sua escolha simplesmente na existência do processador quad-core: é preciso saber antes o que você pretende fazer com ele. Se for só para acessar a internet, economize seu dinheiro.

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