UOL Notícias Tecnologia

26/01/2010 - 11h23

Mídia chinesa critica os EUA devido a disputa com o Google

Por Ben Blanchard

PEQUIM (Reuters) - A mídia estatal da China reforçou sua guerra verbal aos Estados Unidos devido ao controle que o governo chinês exerce sobre a Internet, na terça-feira, e importantes jornais alegaram que existe uma conspiração norte-americana e que a China pode viver sem o Google.

O Ministério do Exterior chinês, no entanto, também, sinalizou que não deseja que a disputa escape ao controle, afirmando que a estabilidade recente no relacionamento entre China e EUA havia sido "criada com muito esforço".

Duas semanas atrás, o maior serviço mundial de buscas, Google, ameaçou fechar seu portal chinês Google.cn e se retirar do mercado da China, mencionando problemas de censura e um ataque sofisticado por hackers do país. Mas, enquanto isso, continua a censurar o conteúdo delicado que fornece.

O governo norte-americano do presidente Barack Obama apoiou as críticas do Google e, na última quinta-feira, a secretária de Estado Hillary Clinton instou a China a abandonar a censura sobre a Internet e investigar as ações dos hackers, que alguns especialistas alegam podem ter sido orquestradas por Pequim.

Depois de começar rebatendo de maneira contida as críticas do Google e de Washington, autoridades chinesas e a mídia estatal do país agora estão expressando fortes críticas, no que parece ser uma campanha coordenada de reação.

O principal jornal do país alertou que a disputa sobre a Internet está prejudicando as relações bilaterais mais amplas --que também sofreram devido a disputas cambiais e comerciais, à venda de armas norte-americanas para Taiwan, e à possibilidade de que o presidente Obama receba o Dalai Lama, definido por Pequim como separatista.

"Essas declarações e ações desconsideram a realidade e prejudicam a imagem nacional da China, e prejudicam o desenvolvimento saudável e estável do relacionamento entre a China e os EUA", afirmou o China Daily, o jornal do Partido Comunista, que governa a China, na terça-feira.

"Não é difícil ver a sombra do governo norte-americano por trás da politização dessa questão do Google", acrescentou o jornal.

(Reportagem adicional de Chris Buckley, Lucy Hornby e Yu Le)

Compartilhe:

    Últimas Notícias

    Hospedagem: UOL Host