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27/01/2010 - 16h11

Para analistas, só tablet da Apple não salvará mídia impressa

Por Alex Dobuzinskis e Sue Zeidler

LOS ANGELES (Reuters) - As editoras têm grandes esperanças de que o muito aguardado computador tablet da Apple atraia novos leitores e reforce sua receita, mas poucas esperam que ele reverta por si só a queda de um setor em crise.

Investidores e analistas estão cautelosamente otimistas quanto às perspectivas para grupos editoriais como Time Warner, Conde Nast, New York Times e HarperCollins, parte da News Corp..

Mas eles alertam que o aparelho -que está sendo lançado na quarta-feira- é apenas parte da solução para a fuga de leitores em busca do conteúdo mais barato oferecido na Web. Os grupos editoriais estão desenvolvendo estratégias mais amplas que incluem celulares inteligentes e outros aparelhos.

"Não é uma bala de prata, é uma bala de bronze. E será necessário um M-16 cheio delas", disse o analista Mike Vorhaus, presidente da Magid Advisors.

Ele estimou que o tablet poderia elevar em 10 a 20 por cento a receita digital dos grupos editoriais.

A Apple revelou pouco sobre o tablet, que deve se assemelhar a um grande iPhone com uma tela de toque de 10 polegadas, e servirá para ocupar a lacuna entre os celulares inteligentes e os laptops.

O tablet posiciona a Apple de forma direta no mercado editorial do qual a Amazon.com foi pioneira com o leitor eletrônico Kindle, mas os analistas afirmam que o aparelho pode custar até mil dólares, o que limitaria suas vendas e seu impacto.

Mas ele provavelmente irá além do Kindle ao oferecer cor e vídeo, e pode reformular o setor editorial da mesma maneira que o iPod mudou a música, dizem os analistas.

Os grupos editorais estão muito conscientes do dano que a loja digital de música iTunes, da Apple, causou às gravadoras, ao ditar preços e permitir que os consumidores adquirissem as faixas individuais desejadas, o que destruiu as vendas de álbuns.

Para antecipar o tablet, Time Warner, News Corp, Conde Nast, Meredith e Hearst anunciaram em dezembro planos para uma loja digital apelidada de "Hulu para revistas", que promoveria a venda de versões eletrônicas de todos os seus títulos.

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