Por Kelvin Soh
HONG KONG (Reuters) - A Lenovo, quarta maior marca mundial de computadores pessoais, está apostando na demanda empresarial renovada e na rápida expansão dos mercados emergentes para alimentar seu crescimento, ao revelar o terceiro trimestre consecutivo de crescimento.
A fabricante de computadores anunciou na quinta-feira que havia saído do vermelho no primeiro trimestre de seu ano fiscal, com o retorno ao lucro de seus negócios em mercados maduros, boa parte dos quais herdados depois da aquisição da divisão de laptops da IBM, em 2005.
Mas a Lenovo alertou que a China continuará a exibir crescimento modesto, o que resultou em queda de 2,5 por cento para suas ações, em meio a uma alta de 0,3 por cento no mercado mais amplo.
"Houve clara moderação ante o ritmo de crescimento acelerado visto no período março-abril", disse o vice-presidente de operações da Lenovo, Rory Read, em conversa com jornalistas após o anúncio dos resultados.
"Antecipamos que ele continue a se moderar nos próximos trimestres, mas esperamos que o mercado continue a crescer e que o crescimento continue em todas as regiões", acrescentou.
A Lenovo também acautelou que seu avanço para os mercados emergentes manterá pressão sobre suas margens em curto prazo, mas acrescentou que uma recente escassez de componentes que afetou o setor em todo o mundo e estava elevando preços começa a se reduzir.
Analistas disseram que as perspectivas para a Lenovo são positivas, dado o firme controle de custos e a queda na pressão causada pela escassez de componentes como painéis LCD e chips de memória, o que ajudou a empresa a reverter o prejuízo sofrido no período um ano atrás.
"A Lenovo certamente vai sobreviver e se sair bem em longo prazo", disse o analista Joseph Ho, da Daiwa Securities em Hong Kong, que recomenda compra das ações da empresa.
"Sua participação no mercado da China é firme, ela vai ganhar com os antigos negócios empresariais da IBM em mercados maduros e é capaz de ganhar participação nos mercados emergentes."
A Lenovo teve lucro líquido de 54,86 milhões de dólares de abril a junho, revertendo prejuízo de 16 milhões de dólares um ano antes e ligeiramente abaixo da previsão de analistas de 57,1 milhões de dólares.
A China continuou a representar parte relevante das vendas da companhia, correspondendo a 48,7 por cento da receita no trimestre.