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17/09/2010 - 18h31 / Atualizada 17/09/2010 - 18h31

Presidiários paraguaios usavam redes sociais para pornografia

ASSUNÇÃO (Reuters) - Detentos da principal penitenciária do Paraguai chantageavam adolescentes com quem mantinham contato por meio de conhecidas redes sociais, e as obrigavam a produzir material pornográfico, informou uma promotora pública na sexta-feira.

O caso foi descoberto como resultado de uma inspeção na penitenciária de Tacumbú, situada nas cercanias da capital paraguaia, durante a qual as autoridades apreenderam fotos e vídeos de menores de idade e constataram que haviam sido registrados no interior da prisão.

Os detentos aparentemente conquistavam a confiança das adolescentes de quem se aproximavam por meio de redes sociais, e quando conseguiam obter informações pessoais sobre elas ameaçavam atacar parentes das jovens ou distribuir fotos adulteradas das adolescentes na Internet, informou a promotora Teresa Martínez.

"Eram chantagens convincentes, porque as ameaças eram recebidas pelas meninas em suas casas; elas eram informadas de que todos os seus movimentos eram conhecidos", disse Teresa em entrevista ao canal 13 de televisão.

A promotora comandou a operação montada depois de uma denúncia anônima e na qual foi apreendido um computador dotado de conexão com a Internet utilizado para conexão com as vítimas, todas mulheres menores de idade, e para posteriormente carregar os vídeos na rede.

"O local de filmagem dos materiais que temos em nosso poder era a prisão de Tacumbú. As características do local eram visíveis, e pudemos corroborar o fato hoje", disse Teresa.

"É um caso gravíssimo. Estamos falando de um local de reclusão de detentos", acrescentou, identificando dois prisioneiros e um homem em liberdade condicional como supostos responsáveis.

O diretor da penitenciária, Julio Acevedo, disse que os detentos que realizam cursos a distância têm acesso restrito à Internet, mas reconheceu que "pessoas com conhecimento de informática teriam como violar esses sistemas de segurança".

A diretora do serviço penitenciário, Olga Blanco, definiu o ocorrido como "um grande embaraço", e deu a entender que os responsáveis deveriam ter a cumplicidade de algum funcionário.

"Determinaremos se houve envolvimento dos funcionários; menores não podem entrar na penitenciária sem a companhia dos pais. Se essas meninas entraram pela porta da frente, é preciso haver registro", disse Olga.

A promotora informou que as vítimas têm entre 14 e 17 anos.

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