Por Sinead Carew e Alastair Sharp
NOVA YORK, 24 de setembro (Reuters) - Apesar dos maiores nomes da tecnologia se prepararem para enfrentar o iPad, da Apple, analistas consideram que a melhor estratégia para eles seria evitar um confronto direto com a empresa e se concentrarem em nichos de mercado e produtos de baixo preço.
Um ano atrás, especialistas do setor estavam debatendo se existia um mercado para um aparelho que ocupasse a lacuna entre laptops e celulares inteligentes. Agora, Samsung Electronics e Research in Motion estão entre os mais recentes adversários a responder ao aparelho da Apple.
O iPad atrai muitos compradores com sua interface enxuta e aplicativos de música, vídeo e software. Executivos também podem utilizá-lo como tela portátil para apresentações.
Antes da apresentação de um computador tablet pela RIM, fabricante do BlackBerry, na semana que vem, os analistas estimam que a empresa e seus rivais não conseguirão sucesso a não ser que ofereçam preços mais baixos ou atendam a um segmento que a Apple tenha desconsiderado.
"Ainda não ouvimos nada sobre que potencial existe para além do trabalho da Apple", disse John Jackson, analista da CCS Insight. "A próxima história de sucesso nos tabletes envolverá uma empresa que não tente enfrentar a Apple diretamente."
A RIM planeja lançar o "BlackPad" durante uma conferência com programadores que começa na segunda-feira, de acordo com reportagem no Wall Street Journal. A expectativa é de que o aparelho tenha tela sensível a toques de sete polegadas, menor que a do iPad, e ao menos uma câmera.
O produto deve se conectar com a Internet por meio das redes WiFi de curto alcance existentes em residências, escritórios e cafés. Excetuado o WiFi, a única outra maneira de conectar um BlackPad será atrelá-lo a um celular BlackBerry, de acordo com a reportagem.
Alguns analistas dizem que o Samsung Galaxy é o rival mais preparado para enfrentar o iPad, não só porque ele é um aparelho menor, como porque -talvez o motivo mais importante- a fabricante sul-coreana formou parcerias com as quatro maiores operadoras norte-americanas de telefonia móvel e com companhias de mídia que fornecerão programação para seu serviço Media Hub.
Outros afirmam que a verdadeira batalha começará no próximo ano, quando os rivais da Apple terão tido mais tempo para responder ao iPad, que começou a ser vendido em abril. Apesar disso, para o Morgan Stanley, o mercado de eletrônicos de consumo pode não dar uma segunda chance para a RIM.
"Eles têm que ter sucesso logo de início. Eles não têm afeição suficiente dos consumidores para vir com meio produto e então melhorá-lo com o tempo. O mercado está caminhando muito rápido."
